JUN-1

1 de Junho

Este é o descanso, dai descanso ao cansado; e este é o refrigério. (Is 28.12.)

Por que nos inquietarmos? De que serve a ansiedade? Estamos a bordo de uma embarcação que não seríamos capazes de pilotar, ainda que o grande Capitão nos colocasse ao leme; cujas velas nem sequer saberíamos manejar; e contudo nos inquietamos, como se fôssemos o capitão ou o timoneiro. Aquietemo-nos! Deus está no leme!

Talvez pensemos que todo esse rumor e confusão que nos rodeiam são sinais de que Deus deixou o Seu trono. Mas não é verdade.

Os corcéis de Deus avançam impetuosamente e a tempestade é o Seu carro; mas há um freio em suas queixadas, e Ele tem as rédeas em Suas mãos e guia-os como quer! Jeová ainda reina; creiamos nisso. Paz seja conosco! Não temamos. — C. H. Spurgeon

Minha alma, esta noite,
Repousa tranqüila:
Tormentos estalam,
nos mundos de Deus.
Nos mundos de Deus, e não teus.
Fica em paz.

Minha alma, esta noite,
Repousa sem medo:
O braço de Deus conterá o tentador.
O braço de Deus, não o teu.
Fica em paz.

Minha alma, esta noite,
Repousa confiante:
Do seio de Deus vem consolo ao que chora
Do seio de Deus,não de ti.
Fica em paz.

Minha alma, esta noite,
Descansa tranqüila:
O amor do teu Deus é constante e não muda.
O amor do teu Deus, não o teu.
Fica em paz.

Traduzido

Não devemos dar lugar ao desânimo. É uma tentação perigosa — uma cilada sutil do inimigo. A melancolia faz contrair-se e murchar o coração, tornando-o incapaz de receber as impressões da graça. Ela exagera as dificuldades e lhes dá um colorido falso, e o nosso fardo torna-se, assim, pesado demais. Os propósitos de Deus a nosso respeito, e os Seus métodos de realizar esses propósitos são infinitamente sábios. — Madame Guyon

2 de Junho

Abraão, esperando contra a esperança, creu... sem enfraquecer na fé. (Rm 4.18,19.)

Nunca nos esqueceremos de uma observação feita certa vez por Jorge Müller a alguém que lhe perguntou qual a maneira de se possuir uma fé vigorosa.

"A única maneira de se conhecer uma fé vigorosa'', respondeu o grande patriarca da fé, "é suportar grandes aflições. Eu aprendi a ter fé, ao permanecer firme no meio de duras provas." E isto é verdade. Quando tudo falha, é tempo de confiar.

Não fazemos idéia do imenso valor da oportunidade que se apresenta; se estamos passando por grandes aflições, estamos no caminho para uma fé vigorosa; se apenas abandonarmos os nossos próprios recursos, Ele nos ensinará, nessas horas, a maneira mais eficaz de alcançar o Seu trono, e tudo o que ele tem para nós.

"Não temas, crê somente." E se o temor nos assalta, olhemos para cima dizendo: "No dia em que eu temer, hei de confiar em ti". Ainda agradeceremos a Deus pela escola do sofrimento, que é para nós a escola da fé. — A. B. Simpson

"Uma grande fé precisa conhecer grandes provas."

"As maiores dádivas de Deus vêm através de lutas difíceis, de um verdadeiro trabalho de parto. Se quisermos investigar, descobriremos que, quer seja no campo espiritual, quer seja no material, todas as grandes reformas e invenções que beneficiaram a humanidade, bem como os maiores despertamentos sempre vieram através de lutas e lágrimas, sangue e vigília de homens cujos sofrimentos foram as dores que trouxeram à luz aqueles acontecimentos. Para o templo de Deus ser erigido, Davi precisou passar por amargas aflições; para o evangelho de Deus desembaraçar-se das tradições judaicas, a vida de Paulo precisou passar por agonias extremas."

3 de Junho

Passemos para a outra margem. (Mc 4.35.)

Quando avançamos a mandado de Cristo, não devemos pensar que não seremos alcançados por tempestades; os discípulos estavam seguindo adiante a mandado de Cristo, e mesmo assim tiveram que enfrentar um furioso temporal. Viram-se em perigo de submergir, de tal forma que, em seu desespero, clamaram pelo socorro de Cristo.

Embora Cristo talvez demore a vir nos socorrer na dificuldade, isto será apenas para que a nossa fé seja provada e fortalecida; para que as nossas orações venham a ser mais intensas e aumente o nosso desejo de libertação, e assim, quando o livramento vier, o apreciaremos mais plenamente.

Cristo os repreendeu com brandura, dizendo: "Como é que não tendes fé?" Por que vocês não deram o grito de vitória, mesmo em face da tempestade, e não disseram aos ventos e às vagas: "Nada nos podeis fazer, pois Cristo, o poderoso Salvador, está no barco"?

É muito mais fácil confiar quando o sol está brilhando, do que quando estamos no meio do temporal.

Nunca sabemos quanto possuímos de fé verdadeira, enquanto ela não é posta à prova na tempestade; mas o Salvador está a bordo. Para estarmos fortes no Senhor e na força do Seu poder, a nossa força precisa nascer no meio da intempéries. — Selecionado

"Com Cristo no barco Tudo vai muito bem."

Cristo lhes disse: "Passemos para a outra margem"; não disse casualmente: "Vamos para o meio do lago" — para então se afogarem, apanhados de surpresa pelo temporal. Ele sabia o que estava fazendo. — Dan Crawford

4 de Junho

O Senhor fez retirar o mar... toda aquela noite. (Êx 14.21.)

Neste verso há uma mensagem confortadora que nos mostra que Deus age durante a noite. A grande obra de Deus para com Israel ali não foi feita quando eles acordaram, vendo então que podiam atravessar o mar a seco; mas foi o que Ele fez toda aquela noite.

Do mesmo modo, pode estar havendo uma grande operação em nossa vida, quando tudo parece escuro e nós não conseguimos ver nem perceber coisa alguma; Deus está operando. E como Ele agiu no dia seguinte, assim havia agido "toda aquela noite". O dia seguinte simplesmente manifestou o que Deus havia operado durante a noite.

Muitas vezes nos encontramos em situações em que tudo parece noite. Confiamos, mas não vemos os resultados; no decorrer da vida não há vitória constante; não há aquela comunhão diária, constante; e tudo parece escuro.

"O Senhor fez retirar o mar... toda aquela noite." Não nos esqueçamos de que foi "toda aquela noite". Deus opera a noite toda, até vir a luz. Às vezes não vemos, mas durante toda a noite, enquanto esperamos em Deus, Ele trabalha. — C. H. P.

5 de Junho

Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós, e orou com fervor para que não chovesse, e por três anos e seis meses não choveu sobre a terra. (Tg 5.17.)

Devemos continuar orando e esperando no Senhor até ouvirmos o ruído de abundante chuva. Não há razão para não fazermos grandes pedidos. E sem dúvida obteremos grandes bênçãos, se tivermos a coragem de esperar nEle com paciente perseverança — fazendo, no intervalo, o que está em nossas mãos fazer.

Não podemos criar o vento ou colocá-lo em movimento, mas podemos ajustar as velas do nosso barco de modo a apanhá-lo. Não podemos produzir a eletricidade, mas podemos ajustar os nossos fios nas tomadas por onde ela passa. Não sabemos o que vai fazer o Espírito de Deus, mas podemos colocar-nos à disposição do Senhor, fazendo o que Ele pede de nós, de tal maneira que fiquemos sob a influência e poder do Seu poderoso sopro.

"Não podem as mesmas maravilhas ser feitas agora, como nos dias antigos? Onde está o Deus de Elias? Ele está esperando que os Elias O invoquem."

Os maiores santos que já viveram, quer na Antiga ou na Nova Dispensação, estavam num nível bem dentro do nosso alcance. As mesmas forças do mundo espiritual que estavam à sua disposição e cujo emprego fez deles tais heróis espirituais, estão abertas para nós também.

Tendo a mesma fé, a mesma esperança, o mesmo amor que eles demonstravam, alcançaremos maravilhas tão grandes como as que eles alcançaram. Uma palavra de oração em nossos lábios será tão poderosa para trazer as chuvas graciosas e o fogo do Espírito de Deus, como foi a oração nos lábios de Elias, para trazer a chuva e o fogo naqueles dias — se apenas orarmos com aquela inteira certeza de fé com que ele orou. — Dr. Gourlburn

6 de Junho

Vigiai em oração. (1 Pe 4.7.)

Amigo, não enfrentemos este mundo perigoso, sem oração. Muitas vezes quando vamos orar à noite, o sono pesa em nossas pálpebras; um árduo dia de trabalho é uma espécie de desculpa, e costumamos abreviar a oração para nos deitarmos mais depressa. Chega a manhã do dia seguinte e acontece que nos levantamos atrasados. Então não fazemos a hora devocional, ou a fazemos apressadamente.

E assim não vigiamos em oração! A vigilância é mais uma vez deixada de lado! E seria isso reparável? Acreditamos firmemente que não.

Nesse caso, o que está feito, não pode ser desfeito. Quando negligenciamos a oração, sofremos as conseqüências.

A tentação vem e não estamos preparados para enfrentá-la. Surge um sentimento de culpa no coração, e nós como que guardamos certa distância de Deus. Se algum dia permitimos que a sonolência nos impeça de orar, não é de admirar que depois falhemos nos compromissos pessoais.

Os momentos de oração, roubados pela preguiça, não podem ser recuperados. Podemos aprender a lição, mas não podemos obter de volta o rico frescor e a renovação que estavam envolvidos naqueles momentos. — Frederick W. Robertson

Se Jesus, o poderoso Filho de Deus, sentia necessidade de se levantar antes do amanhecer e derramar Seu coração ao Pai, em oração, quanto mais devemos nós orar a Ele, que é o Doador de toda boa dádiva e que nos prometeu tudo o que é necessário para o nosso bem?

Não podemos fazer idéia do que o Senhor Jesus trazia à Sua vida através da oração; mas isto sabemos, que a vida sem oração é uma vida sem poder. Uma vida sem oração pode ser ruidosa e bastante movimentada, mas está muito distante dAquele que, dia e noite, orava a Deus. — Selecionado

Senhor, eu tenho falhado;
Concede-me o Teu perdão:
Senhor, restaura-me os anos
Que me comeu a locusta,
No meu viver de oração. Amém

7 de Junho

Onde está Deus que me fez, que inspira canções de louvor durante a noite? (Jó 35.10.)

Você tem noites de insônia, revirando-se sobre o travesseiro e ansioso pelos primeiros raios da manhã? Peça ao Espírito Santo que lhe dê, então, a capacidade de fixar os pensamentos em Deus, seu Criador, e creia que Ele poderá preencher as horas vazias, com cânticos em sua alma.

A sua noite É uma noite de luto? É, muitas vezes, em tais ocasiões que Deus Se achega ao que chora e assegura-lhe que Ele chamou o ente querido que partiu, para participar da gloriosa multidão. E esse pensamento já traz o começo de um cântico.

É a sua noite uma noite de desânimo e fracasso, real ou imaginário? Ninguém o entende; seus amigos o desprezam; mas o seu Criador Se aproxima e lhe dá um cântico — um cântico de esperança, o cântico que você está precisando ouvir. Assim pois, esteja pronto para cantar, quando Ele lhe der o cântico.

Somente na tempestade podemos provar se a embarcação é forte; e o poder do evangelho numa vida só pode ser plenamente demonstrado, quando o crente é submetido a uma grande aflição. Para Deus demonstrar o fato de que Ele ''inspira canções de louvor durante a noite", Ele precisa primeiro fazer a noite. — William Taylor

8 de Junho

Tudo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé. (1 Jo 5.4.)

Em cada curva do caminho podemos encontrar uma dificuldade que nos tire a vitória e a paz de espírito, se assim permitirmos. Satanás ainda não desistiu da sua intenção de enganar e arruinar os filhos de Deus, sempre que pode. A cada quilômetro da jornada é bom olharmos o termômetro da nossa experiência para verificarmos se a temperatura mantém-se alta.

Qualquer pessoa poderá, se quiser, arrebatar a vitória aos próprios dentes da derrota. Basta apenas erguer resolutamente a bandeira da fé no momento exato.

Pela fé qualquer situação pode ser mudada. Não importa quão negra ela possa parecer; basta erguer o coração a Deus pela fé, e num momento tudo se alterará.

Deus ainda está em Seu trono, e num segundo pode transformar a derrota em vitória, se confiarmos nEle.

— Por que você diz que a fé

Pode mudar situações?

— É que a fé olha pra Deus,

E crendo nEle, descansa.

E se eu descanso, Ele opera

E tem todo o campo livre
Pra trazer as soluções.
Eis minhas simples razões.
Quando uma pessoa tem fé, não recua;
Faz parar o inimigo onde o encontra.

Marshal Foch

9 de Junho

Fiel é o Senhor. (1 Ts 3.3.)

Conheci certa vez uma mulher de cor que era muito pobre e ganhava a vida com trabalho árduo; no entanto, era uma crente sempre alegre. "Ah, Nancy", disse-lhe certa vez uma outra senhora crente que parecia triste, "você pode estar alegre agora, mas acho que se você pensasse no futuro iria moderar um pouco esse seu entusiasmo.

"E se de repente você tiver uma doença e não puder mais trabalhar; ou se os seus patrões mudarem de cidade e você não achar outro emprego; ou se..."

"Pare, pare!" exclamou Nancy. "Eu não tenho nenhum se. O Senhor é o meu pastor, e eu sei que nada me faltará. E olhe, querida," disse ela àquela senhora, "são todos esses se, se, se, que a estão deixando tão infeliz. O melhor é deixar de lado todos eles e confiar somente no Senhor."

Se pudermos crer e aceitar com simplicidade de fé o que a Bíblia nos afirma todos os "se" desaparecerão. Em Hebreus 13.5,6 está escrito: "Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as cousas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei." — H. W. S.

No bom Pastor eu vou bem confiado;
Nada, pois, jamais me faltará.
É meu Deus e Pai, sempre está a meu lado,
E do mal o meu pé guardará.

Deitar-me faz em pasto verdejante;
Águas mansas leva-me a beber;
E mesmo andando pelo vale escuro,
Tu comigo estás, não temerei,

Sob a Tua vara estarei seguro;
Teu cajado me ampara, eu bem sei.
Defesa tenho contra o inimigo,
E de bens me fazes transbordar;

Cerca o meu andar com amor constante;
Refrigera e restaura o meu ser.
Andando vou, por Ele protegido,
Nas veredas de justiça e paz.

Pela Sua mão sempre dirigido;
Por amor do Seu nome, Ele o faz.
Tu me dás fartura e me dás abrigo.
Com Teu óleo me vens renovar.

Bondade e amor me seguem cada dia,
Pois o bom Pastor comigo vai.
Morarei, por fim, cheio de alegria,
Para sempre, na casa do Pai!

- H. E. A.

A águia que rasga as alturas não se inquieta a respeito de como atravessará o rio. — Selecionado

10 de Junho

Sabemos que todas as cousas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus. (Rm 8.28.)

Como é ampla esta afirmação do apóstolo Paulo! Ele não diz: Sabemos que algumas coisas, ou a maioria das coisas, ou as coisas alegres, mas TODAS as coisas. Da mais insignificante até à mais marcante; do acontecimento mais corriqueiro da vida diária, até às maiores experiências da graça.

E todas as coisas COOPERAM — elas estão operando. Não diz que operaram ou operarão; é uma operação no presente.

Neste momento mesmo, alguma voz pode estar-lhe sugerindo: "Os teus juízos são um grande abismo". No entanto, os anjos no céu, que têm uma visão mais ampla do grande plano de Deus, podem exclamar: "Justo é o Senhor em todos os seus caminhos, e benigno em todas as suas obras" (Sl 145.17). E também, todas as coisas cooperam. Há uma interligação em tudo.

Muitas cores diferentes, em si mesmas talvez feias e inexpressivas, são necessárias para se tecer um padrão harmonioso. Muitos tons e notas musicais, até mesmo dissonantes, são indispensáveis para se compor um hino harmonioso.

Para montarmos uma máquina precisamos de muitas rodas e junturas separadas. Se tomarmos um fio de linha, ou uma nota, ou uma roda dentada, isoladamente, não discerniremos ali nenhuma beleza.

Mas, se completarmos o tecido, combinarmos as notas, ou juntarmos as peças de ferro e aço, veremos como é perfeito e simétrico o resultado. Aqui está a lição para a fé: "O que eu faço, tu não o sabes agora; mas depois o entenderás." — Macduff

Em mil aflições, não são quinhentas delas que cooperam para o bem do crente, mas novecentas e noventa e nove e mais uma — as mil. — Jorge Müller

11 de Junho

O servo do Senhor... deve ser brando para com todos. (2 Tm 2.24.)

Quando nos submetemos a Deus, Ele retira de nós toda a dureza, e adquirimos, então, uma profunda visão do Espírito de Jesus, e passamos a compreender a preciosidade que é, neste mundo infeliz e de trevas, a brandura de espírito.

As graças do Espírito Santo não recaem sobre nós acidentalmente; se não discernirmos certos estados de graça, e os escolhermos e os nutrirmos em nosso pensamento, eles nunca farão parte de nossa natureza ou comportamento.

Cada passo avante para crescermos na graça, requer antes que verifiquemos o que existe ali para nós, e depois, em oração, resolvamos obtê-lo.

São poucos os que estão dispostos a passar pelo sofrimento através do qual adquirimos a completa mansidão. Nós temos que morrer, para que possamos nos tornar mansos, e a nossa crucificação envolve sofrimento; é um verdadeiro esmagamento do eu, que domina o coração e a mente.

Hoje em dia existe muita santificação meramente lógica e mental, que é apenas uma ficção religiosa. Consiste em a pessoa colocar-se mentalmente no altar, e, mentalmente, dizer que o altar santifica a oferta, e daí concluir que está santificada; e essa pessoa sai a falar com uma loquacidade superficial sobre as profundezas de Deus.

Mas as cordas naturais do coração não foram quebradas nem a rocha adâmica reduzida a pó, e suas entranhas não experimentaram a agonia do Getsêmani. Sem as marcas reais da morte no Calvário, não pode haver aquele transbordar suave e triunfante da vida de vitória que brota de um túmulo vazio. — G. D. W.

E em todos eles havia abundante graça. (At 4.33.)

12 de Junho

Em tudo fostes enriquecidos nele. (1 Co 1.5)

Você por certo já conheceu alguém que sofreu um grande revés e foi levado a voltar-se para a oração; depois, pouco a pouco, os problemas foram esquecidos; a doçura da vida espiritual, porém, permaneceu, e aqueceu-lhe a alma.

Certa vez presenciei uma tempestade no fim da primavera. Estava tudo escuro, exceto onde o relâmpago cortava o céu. O vento sibilava e as águas caíam, diluviais. Que devastação!

Mas não demorou muito, os relâmpagos cessaram, os raios silenciaram, a chuva parou, as nuvens se foram com o vento manso e apareceu o arco-íris.

Então, durante várias semanas os campos ficaram cobertos de flores, e por todo o verão a grama esteve mais verde, os ribeiros mais cheios e as árvores mais frondosas — tudo porque a tempestade havia passado por ali, muito embora o resto da terra já houvesse esquecido o temporal, e suas águas, e seu arco-íris. — Theodore Parker

Deus poderá não nos dar uma jornada fácil para a Terra Prometida, mas nos dará uma jornada segura. — Bonar

Foi uma tempestade que ocasionou a descoberta das minas de ouro na Índia. E tempestades têm levado alguns à descoberta das mais ricas minas do amor de Deus em Cristo.

Coração dolorido,
Você está cansado?
Muitas são as lutas,
Muitos os problemas,
Muito grande a dor?
Há Um que Se importa:
Lance nEle o fardo!
Conte-Lhe em detalhe
Tudo o que se passa.
E verá surpreso,
Coração cansado,
Como Ele conforta,
Como É SALVADOR!

13 de Junho

A minha paz vos dou. (Jo 14.27.)

Dois pintores pintaram, cada um, um quadro, para ilustrar sua idéia de paz. O primeiro escolheu como cena um lago sereno entre montanhas distantes.

O outro passou para a tela uma cascata soberba, com um frágil galho pendendo por sobre as suas espumas; e numa forquilha do ramo, quase umedecido pela névoa, um ninho com uma avezinha.

No primeiro quadro estampava-se estagnação, no segundo, descanso.

A vida de Cristo, exteriormente, foi uma das vidas mais açoitadas: tempestade e tumulto, tumulto e tempestade, as ondas lançando-se sobre aquela vida todo o tempo, até que o corpo vergastado foi deixado no túmulo. Mas na Sua vida interior reinava grande calma.

A qualquer momento podia-se ir a Ele e achar paz. E ainda quando os perseguidores O seguiam pelas ruas de Jerusalém, Ele voltou-Se aos discípulos e ofereceu-lhes, como último legado, a Sua paz.

Descanso não é uma emoção que nos vem num culto na igreja; é o repouso de um coração profundamente assentado em Deus. — Drummond

Vinde a Mim, cansados,
E achareis descanso.
Aprendei de Mim,
Que sou humilde e manso.

Eu recebo os fracos,
Maus e pecadores.
Vim para os enfermos,
Eu conheço dores.

Não esmago a cana
Que já está partida.
Não apago a chama
Tênue, arrefecida.
Vinde a Mim, cansados
Pela luta amarga!
Achareis descanso:
Eu vos levo a carga!

14 de Junho

Eu roguei por ti para que tua fé não desfaleça. (Lc 22.32.) Nós, os crentes, precisamos cuidar da fé; devemos lembrar-nos de que ela é o único meio de que dispomos para alcançar as bênçãos do alto. A oração só obtém a resposta do trono de Deus, quando é feita por uma pessoa que crê.

A fé é o fio telegráfico que liga a terra ao céu, pelo qual a mensagem de amor da parte de Deus voa tão rápido que, antes de clamarmos, Ele responde, e estando nós ainda falando, Ele nos ouve. Mas se o fio telegráfico se romper, como receberemos a promessa?

Estamos aflitos? Pela fé podemos obter ajuda na aflição. Fomos vencidos pelo inimigo? Pela fé podemos nos firmar no Refúgio que é Cristo.

Mas, sem a fé, em vão clamaríamos a Deus. Não há outra estrada entre o crente e o céu. Se a estrada for bloqueada, como nos comunicaremos com o grande Rei?

A fé nos liga com a Divindade. A fé nos reveste do poder de Jeová. A fé coloca à nossa disposição todos os atributos de Deus. Ela nos ajuda a resistir às hostes do maligno. Ela nos dá vitória sobre os inimigos que nos assaltam. Mas sem fé, como receberemos do Senhor as bênçãos celestiais?

Por isso, guardemos bem a nossa fé. "Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê." — C. H. Spurgeon

Nós nos gabamos de ser tão práticos, que geralmente desejamos um apoio mais concreto do que a fé, mas Paulo diz que "é pela fé... a fim de que seja firme"? — Dan Crawford

A fé honra a Deus: Deus honra a fé.

Disse alguém: fé é concordar que, o que Deus disse, É a verdade.

15 de Junho

Deus me fez próspero na terra da minha aflição. (Gn 41.52.)

Caem as chuvas de verão. Da janela o poeta contempla a chuva. E as gotas caem, fustigando a terra. Mas o poeta vê, em suas imaginações, mais do que a chuva que cai ante os seus olhos. Ele vê os milhares de flores que em breve irão desabrochar, colorindo a terra e enchendo-a de perfume. E canta, em seus versos, que para ele não são gotas de chuva, que caem, mas miríades de flores e frutos!

Quem sabe se algum filho de Deus que está sendo açoitado agora, está dizendo em seu coração: "Ó Deus, está chovendo forte sobre mim esta noite.

"Estão chovendo sobre mim provas que parecem ir além da minha capacidade de suportar. A chuva do desapontamento é forte, destruindo todos os meus planos. O luto está caindo sobre a minha vida, fazendo meu coração temer e estremecer de tanto sofrimento. Sim, uma chuva de aflição está caindo sobre mim nestes dias..."

Entretanto, amigo, não é bem assim. O que há em sua vida não são chuvas de aflições e, sim, de bênçãos. Basta crermos na Palavra do Pai, e da chuva que nos açoita irão brotar flores espirituais de grande fragrância e beleza, que nunca havíamos conhecido, antes de passar pela tempestade ou pela disciplina de Deus.

Sempre vemos a chuva. Mas será que vemos também as flores? Nós sentimos a dor das provações, mas Deus vê a flor da fé que desabrocha na vida.

Nós nos retraímos ante o sofrimento. Deus, entretanto, vê a terna compaixão por outros sofredores, que está nascendo em nossa alma.

Sentimos o coração estremecer sob a dolorosa separação. Mas Deus considera o enriquecimento que a dor nos trouxe.

Não é aflição o que recai sobre o crente, mas brandura, compaixão, amor, paciência e mil outras flores e frutos, provenientes do Espírito de Deus, os quais estão trazendo à sua vida um enriquecimento que jamais a prosperidade e o conforto seriam capazes de proporcionar-lhe — J. M. McC.

16 de Junho

Dele vem a minha esperança. (Sl 62.5.)

A negligência que geralmente demonstramos para com a resposta às bênçãos que pedimos, mostra como há pouca realidade em nossas orações. O agricultor não se satisfaz sem a colheita; o atirador observa se a bala atinge o alvo; o médico aguarda o efeito do remédio que aplicou; por que não se importará o crente com o efeito da sua oração?

Toda oração, feita com fé, segundo a vontade de Deus, segundo as Suas promessas, oferecida no nome de Jesus e sob a influência do Espírito Santo, quer seja por bênçãos temporais ou espirituais, é ou será plenamente respondida.

Deus sempre atende às orações de Seu povo, fazendo aquilo que mais contribuirá para a Sua glória e para o bem-estar espiritual e eterno dos Seus. Assim como sabemos que Jesus Cristo nunca rejeitou ao pecador que se achegou a Ele buscando misericórdia, também cremos que nenhuma oração feita em Seu nome será vã.

A resposta à oração é certa, embora talvez não estejamos discernindo a sua chegada. A semente que jaz sob o solo no inverno está lançando raiz, com vistas a florescer e frutificar, embora ainda não apareça na superfície do solo e pareça morta e perdida. — Bickersteth

As respostas demoradas não apenas provam a fé, como nos dão oportunidade de honrar a Deus por nossa firme confiança nEle, mesmo diante das aparentes recusas. — C. H. Spurgeon

17 de Junho

Veio uma voz de cima do firmamento, que estava sobre as suas cabeças. Parando eles, abaixaram as asas. (Ez 1.25.)

O que é este abaixar de asas? Muitas vezes as pessoas dizem: "Como é que se ouve a voz do Senhor?" Aqui está o segredo. Eles paravam e abaixavam as asas.

Todos nós já vimos um passarinho adejando as asas; embora parado, suas asas continuam bulindo. Mas aqui lemos que aqueles seres pararam e abaixaram as asas.

Algumas vezes, quando nos ajoelhamos diante de Deus, temos a sensação de um adejar em nosso espírito. Não ficamos realmente quietos na Sua presença.

Uma pessoa amiga falou-me, há alguns dias, de um assunto sobre o qual tinha orado. "Mas", disse ela, "não esperei até a resposta chegar." Ela não soube conservar-se quieta para ouvi-Lo falar, mas desistiu de esperar e tomou suas próprias providências. O resultado foi desastroso e ela depois teve de voltar atrás.

Ah, quanta energia desperdiçada! Quanto tempo perdido por não deixarmos de agitar o nosso espírito e não permanecermos bem quietos diante dEle! Oh, a calma, o descanso, a paz que nos vêm quando esperamos na Sua presença até ouvirmos a Sua resposta.

Então, ah, então podemos sair imediatamente, sem nenhuma hesitação, e seguir avante na direção que o Espírito nos indicar.

18 de Junho

Portanto tornai a levantar as mãos cansadas, e os joelhos desconjuntados, e fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que manca não se desvie inteiramente, antes seja sarado. (Hb 12.12,13.)

Esta é uma palavra de encorajamento que Deus nos dirige, a fim de levantarmos as mãos da fé e firmarmos os nossos joelhos na oração. Muitas vezes a nossa fé se cansa, esmorece, afrouxa, e a oração perde a força e a eficácia.

A figura aqui usada é muito interessante. A idéia parece sugerir que ficamos desanimados e tão temerosos que um pequeno obstáculo nos deprime e assusta, de modo que somos tentados a contorná-lo, deixando de enfrentá-lo e escolhendo o caminho mais fácil.

Às vezes trata-se de uma perturbação física, que Deus está pronto a curar, mas a oração da fé exigiria desgaste de energias e talvez seja bem mais fácil buscar o auxílio humano, ou contornar o assunto de alguma outra forma.

Há várias maneiras de contornar as situações difíceis em vez de atravessá-las de frente. Quantas vezes deparamos com um obstáculo que nos amedronta, e procuramos fugir da questão com a desculpa:

"Não estou preparado para isto agora." É uma renúncia que devemos fazer ou a submissão que é exigida de nós; talvez seja alguma Jericó que precisa ser tomada, ou uma alma por cuja salvação não temos coragem de lutar em oração até alcançar a vitória ou pode ser também uma oração que não obtém resposta imediata.

Deus diz: "Levantai as mãos cansadas". Marchemos sobre as águas, e elas se dividirão — o mar Vermelho se abrirá, o Jordão se partirá em dois, e o Senhor nos fará atravessar em vitória. — A. B. Simpson

Procuremos prestar ao desânimo a mínima atenção possível. É preciso que singremos as águas como faz o navio: na tormenta ou na calma, sob chuva ou sol. O alvo é transportar a carga e alcançar o porto. — Maltbie D. Babcock

19 de Junho

O trigo é esmiuçado. (Is 28.28.)

Muitos de nós não podem servir de alimento para saciar a fome do mundo, porque precisam ser ainda partidos nas mãos de Cristo. "O trigo é esmiuçado." A bênção de Cristo muitas vezes significa sofrimento, mas mesmo o sofrimento não é preço alto demais a se pagar pelo privilégio de trazer bênção a outras vidas. O que há de mais precioso no mundo hoje veio-nos através de lágrimas e dor. — J.R.Miller

Deus me tornou em pão para os Seus eleitos, e se for necessário que o pão seja moído nos dentes do leão para alimentar os Seus filhos, bendito seja o nome do Senhor. — Inácio

"Para que possamos nos dar inteiramente, é preciso que sejamos consumidos. Nós cessamos de ser bênção, quando cessamos de sangrar."

"A pobreza, a necessidade e a desventura têm levado muitas vidas a atos de heroísmo moral e grandeza espiritual. A dificuldade lança um desafio à energia e perseverança. Ela apela para as mais fortes qualidades da alma. Nos relógios antigos, eram os pesos que os conservavam funcionando. Muitos pés-de-vento têm sido utilizados para levar embarcações ao porto. Deus envia as dificuldades, como um incentivo à fé e à ação.

"Os mais ilustres homens da Bíblia foram esmiuçados, trilhados, moídos e transformados em pão para o faminto. Abraão é conhecido pelo título de 'pai dos crentes'. Isto porque ele obteve o primeiro lugar na escola da aflição e da obediência.

"Jacó sofreu severas moeduras. José foi trilhado e padejado, e teve que suportar a cozinha de Potifar e a prisão do Egito antes de ir para o trono.

"Davi, caçado pelos montes como uma perdiz, cansado e alquebrado, com os pés feridos, foi triturado e transformado em pão para um reino. Paulo nunca, poderia ter sido pão para a casa de César se não tivesse passado pela moedura, açoites e apedrejamento. Ele foi moído até tornar-se em farinha da mais refinada qualidade para a família real."

"Tal combate, tal vitória. Se Deus tem determinado para nós grandes aflições, estejamos certos de que no Seu coração Ele nos tem reservado um lugar muito especial. O crente grandemente atribulado é uma pessoa eleita."

20 de Junho

Quando vos desviardes para a direita, e quando vos desviardes para a esquerda, os teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra, dizendo: Este É o caminho, andai por ele. (Is 30.21.)

Quando estivermos em dúvida ou dificuldade, quando muitas vozes nos recomendarem com insistência esta ou aquela direção, quando a prudência segredar uma advertência e a fé, outra, então, fiquemos quietos, silenciando cada voz intrusa, aquietando-nos no sagrado silêncio da presença de Deus; estudemos a Sua Palavra com inteireza de coração examinando-nos à pura luz da Sua face, desejosos de conhecer somente o que o Senhor Deus determinar — e não passará muito tempo até que se forme em nós uma impressão muito nítida, a inconfundível comunicação da Sua vontade.

Não é sábio, nos primeiros estágios da fé cristã, depender disto somente, mas devemos esperar também pela corroboração de circunstâncias. Mas aqueles que têm tido experiências com Deus conhecem bem o valor da comunhão secreta com Ele, e podem perceber a Sua vontade.

Se estamos em dúvida a respeito do caminho a tomar, levemos o problema a Deus; a orientação virá através da luz do Seu sorriso ou da nuvem da Sua recusa.

Se ficarmos a sós, onde a luz e as sombras da terra não possam interferir, onde as opiniões humanas não nos possam alcançar — e se nos mantivermos ali, em silêncio e expectação, embora todos ao nosso redor insistam em que tomemos uma decisão imediata — a vontade de Deus se fará clara; passaremos a ter um novo conceito de Deus e uma visão mais profunda da Sua natureza e Seu coração de amor, uma visão que será apenas nossa — uma experiência preciosa, que ficará para sempre como aquisição, a rica recompensa daquelas longas horas de espera. — David

21 de Junho

E logo correu que ele estava em casa. (Mc 2.1.)

Os pólipos que constroem os recifes de coral trabalham no fundo dágua, sem imaginar que estão edificando os alicerces de uma nova ilha, sobre a qual, mais tarde, viverão plantas e animais, e onde nascerão filhos de Deus, que serão preparados para a eterna glória como co-herdeiros de Cristo.

Amado leitor, se o seu lugar nas fileiras de Deus é um lugar escondido e isolado, não murmure, nem se queixe. Se Ele o colocou ali, não procure sair da Sua vontade; pois, sem os pólipos, os recifes de coral não seriam construídos. Deus precisa de homens que estejam dispostos a ser pólipos na Sua obra e trabalhem na obscuridade, longe da vista dos homens; sustentados, porém, pelo Espírito Santo e plenamente visíveis aos olhos do céu.

O dia virá em que Jesus dará a recompensa, e Ele não comete enganos; embora alguns talvez se admirem de como você terá chegado a merecer tal recompensa, se nunca haviam ouvido nada a seu respeito. — Selecionado

Quero estar à mão,
Onde estou.
Onde a Sua mão
Designou.
Quieto, executando
O que for mandando.
Sempre a Seu dispor
Onde estou.

Não precisamos depender das reuniões concorridas, nem de experiências gloriosas de euforia espiritual, nem da comunhão edificante dos irmãos. Podemos ir para a obscura Emaús; ou para a temível Colossos; ou ainda para a distante Macedônia, no campo missionário. Podemos ir confiantes, sabendo que, onde quer que Ele nos coloque, no curso da vida, as fronteiras podem ser conquistadas e a vitória ganha, porque Ele já o ordenou. — Northcote Deck

22 de Junho

O amor cobre. (Pv 10.12.) Segui o amor. (1 Co 14.1.)

Coloquemos todas as nossas aflições diante de Deus somente. Li certa vez a respeito de uma experiência vivida por uma preciosa serva de Deus, e a leitura me impressionou de tal maneira, que resolvi registrá-la aqui.

"Certa ocasião, já era meia-noite e eu não conseguia conciliar o sono, por causa de uma cruel injustiça que havia sofrido, e cuja lembrança me atormentava. O amor que cobre todas as transgressões parecia ter fugido do meu coração. Então, em agonia, clamei a Deus, pelo poder para obedecer à Sua determinação: 'O amor cobre'.

"Imediatamente o Espírito Santo começou a operar em mim o poder que produziu o esquecimento.

"Mentalmente cavei um túmulo. Tirei a terra até fazer uma cova profunda.

"Depositei ali dentro a mágoa que me feria. Depressa joguei a terra por cima.

"Sobre a terra coloquei grama, e sobre esta, rosas e miosótis. Depois fui-me embora.

"Suave me veio o sono depois disso. A ferida quase mortal foi sarada sem uma cicatriz, e hoje não sei o que me causou a dor."

Autor do amor,
Que por amor
Cobriste os meus pecados
E os apagaste,
E os perdoaste,
E me purificaste.

Que o mesmo amor,
Autor do amor,
Que em mim foi derramado,
Cubra também
Faltas de alguém
Que a mim haja magoado.

23 de Junho

Pedro, descendo do barco, andou por sobre as águas e foi ter com Jesus. Reparando, porém, na força do vento, teve medo; e, começando a submergir, gritou: Salva-me, Senhor. (Mt 14.29,30.)

Pedro tinha um pouco de fé, no meio de sua dúvida, diz Bunyan; assim, a fé fez com que ele viesse, a dúvida fez com que ele clamasse por socorro, mas foi clamando e vindo, que ele foi trazido a Cristo.

Na experiência de Pedro a vista foi um obstáculo. Uma vez andando sobre as águas, as ondas não eram da sua conta. Sua atenção devia estar voltada apenas para a vereda de luz que vinha de Cristo a ele, no meio das trevas.

Quando o Senhor nos disser por cima das águas: "Vem!", avancemos confiantemente. E nem por um momento afastemos dEle os olhos.

Não é medindo as ondas que iremos prevalecer; nem é ferindo os ventos, que cresceremos em força. Examinar o perigo pode fazer-nos vacilar diante dele; parar diante da dificuldade é vê-la explodir sobre a nossa cabeça. Ergamos os olhos para os montes, e prossigamos — não há outro caminho.

Com Ele e nEle só
Eu posso triunfar:
Importa é a Sua face ver,
E só com Ele andar.
E ruja o vento atroz,
E brame o rijo mar,
Importa é a Sua face ver,
Com a mão na Sua, andar.
Amém.

24 de Junho

Demandai-me acerca... das obras das minhas mãos. (Is 45.11)

Foi nesse tom que o Senhor Jesus falou, quando disse: "Pai... quero"; Josué falou dessa maneira quando, no supremo momento do triunfo, levantou a espada em direção ao sol que se punha e exclamou: "Sol, detém-te"!

Elias demonstrou a mesma ousadia, quando fechou os céus por três anos e seis meses e os abriu novamente.

Também Lutero falou com autoridade quando, ajoelhando ao pé do leito em que jazia Melâncton prestes a morrer, ele proibiu que a morte arrebatasse a presa.

Deus nos convida a entrar num extraordinário relacionamento com Ele. Estamos bem familiarizados com palavras dessa natureza: "As minhas mãos fizeram os céus, e a todos os seus exércitos dei as minhas ordens"; mas, nas palavras do texto acima, em que Deus nos convida a demandar dEle alguma coisa, há uma surpreendente mudança de relacionamento!

Que diferença entre esta atitude e as orações hesitantes, duvidosas, sem fé, a que estamos acostumados e que, pela contínua repetição, perdem a sua eficácia e não alcançam o objetivo.

Quantas vezes, durante a Sua vida terrena, Jesus pôs homens numa posição de requererem dEle alguma coisa! Ao entrar em Jericó, Ele parou e disse aos cegos que mendigavam:

"Que quereis que eu vos faça?" Era como se dissesse: "Eu estou às suas ordens."

Não poderíamos nos esquecer de que Ele pôs na mão da mulher siro-fenícia a chave dos Seus recursos e lhe disse para servir-se deles.

Que mente mortal pode perscrutar o pleno significado da posição a que o nosso Deus amorosamente eleva os Seus pequeninos? Ele parece dizer: "Todos os meus recursos estão às suas ordens." "Tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei!' —F. B. Meyer

25 de Junho

Dize aos filhos de Israel que marchem. (Êx 14.15.)

Procuremos imaginar aquela marcha triunfal! As crianças, maravilhadas, contidas pelos pais em suas manifestações; as mulheres, emocionadas por se acharem a salvo de uma sina pior que a própria morte; os homens, acompanhando-as, envergonhados e confundidos por terem deixado de confiar em Deus e murmurado contra Moisés; e enquanto imaginamos aquelas muralhas de água, erguidas pelo braço do Eterno estendido em resposta à fé de um só homem, consideremos o que Deus faz pelos Seus.

Quando obedecemos a uma ordem de Deus, não precisamos temer os resultados. Não temamos as águas encapeladas que impedem a nossa marcha. Acima da voz das muitas águas, das poderosas ondas do mar, "O Senhor se assenta como Rei, perpetuamente".

A tempestade é apenas a orla do Seu manto, o sinal da Sua chegada, o ambiente da Sua presença.

Confiemos nEle; sigamo-Lo! e então descobriremos que os próprios obstáculos que nos impediam de avançar serão instrumentos de Deus que nos levarão à liberdade. — F. B. Meyer

26 de Junho

Se alguns foram incrédulos, a sua incredulidade aniquilará a fidelidade de Deus? (Rm 3.3.)

Creio que todas as tristezas por que passo são fruto de incredulidade. Se eu sempre cresse que todo o passado está perdoado, que há suficiência de poder para o presente, e que o futuro está cheio de esperança, como poderia deixar de ser feliz? Pois estes fatos são imutáveis, e não se alteram com as minhas oscilações, nem falham porque eu, por incredulidade, tropeço ante a promessa; eles permanecem firmes e claros — seus picos tocam a eternidade, suas bases estão alicerçadas na Rocha de Deus. O monte Branco não se torna em névoa ou miragem porque o alpinista está com vertigens. — James Smetham

Será de admirar que a resposta não venha, se, por incredulidade, nós vacilamos diante da promessa de Deus? Não que a fé mereça uma resposta, ou conquiste a resposta, ou opere a resposta; mas é que Deus exigiu o crer como condição do receber, e o Doador tem direito soberano de escolher Seus próprios termos, ao dar. — Samuel Hart

O incrédulo argumenta: "Como pode ser isto ou aquilo?" Ele está cheio de "comos"; mas a fé tem uma grande resposta a todos esses "comos", e a resposta é Deus! — C. H. M.

Ninguém realiza tanto e em tão pouco tempo, como quando está orando. Alguém já disse: "Se surgisse na terra um homem que cresse inteiramente, a história do mundo poderia mudar. E essas palavras estão de acordo com o pensamento do Senhor Jesus, expresso em Seus ensinamentos sobre a oração.

Você não quer, pela providência e direção de Deus, ser essa pessoa? — A. E. McAdam

A oração sem fé degenera em rotina sem objetivo ou em oca hipocrisia. A oração da fé é sustentada pelo poder de Deus. Se todo o seu ser não está acompanhando a extensão da sua súplica, é melhor não orar, ou então não orar até que haja essa correspondência. Quando a verdadeira oração é proferida, a terra e o céu, o passado e o futuro dizem "amém". Era assim que Cristo orava. — P. C. M.

Nada está fora do alcance da oração, exceto o que está fora da vontade de Deus.

27 de Junho

O teu Deus ordenou a tua força. (Sl 68.28.)

O Senhor é quem nos transmite a energia de caráter que faz com que tudo em nossa vida se realize com propósito e firmeza. Somos "fortalecidos com poder mediante o Seu Espírito no homem interior". E a força é contínua; Ele nos manda reservas de poder que nunca poderemos esgotar.

"A tua força será como os teus dias" — força de vontade, força de afeto, força de julgamento, força de ideais e realizações.

"O Senhor é a minha força" para prosseguir. Ele nos dá poder para enfrentarmos a rotina do dia-a-dia; para seguirmos pelo trilho longo que parece não oferecer mudança; para atravessar os longos períodos da vida que não oferecem nenhuma surpresa agradável e que deprimem o espírito pela enfadonha monotonia.

"O Senhor é a minha força" para subir. Ele é para mim o poder que me capacita a escalar sem temor o monte da dificuldade.

"O Senhor é a minha força" para descer. É quando deixamos os lugares altos onde o vento e o sol nos circundavam, e começamos a descer ao vale até às regiões mais abafadas, que o coração tende a desfalecer. Certa vez, um homem que aos poucos estava perdendo a sua energia física, lamentou-se dizendo: "É esta descida que me consome!"

"O Senhor é a minha força" para estar quieto. E como é difícil estar quieto! Inclusive, quando enfrentamos situações em que somos obrigados a permanecer quietos, costumamos nos queixar dizendo "Ah, se ao menos eu pudesse fazer alguma coisa!"

Uma dura prova para a mãe que vê um filho doente, é ficar a seu lado sem poder fazer nada. Mas não fazer nada, simplesmente ficar quieto e esperar, requer muitíssima energia. "O Senhor é a minha força."

"A nossa capacidade vem de Deus." — The Silver Lining

28 de Junho

Uma porta aberta no céu. (Ap 4.1.)

Devemos lembrar-nos de que João, por causa da Palavra de Deus e do testemunho de Jesus Cristo, estava na ilha de Patmos — lugar solitário, pedregoso, inóspito. Contudo, no meio de tais circunstâncias, separado de todos os queridos de Éfeso, privado do culto com a Igreja, condenado à companhia de prisioneiros desagradáveis, foram-lhe concedidas estas visões. A ele, também, foi aberta uma porta.

Estamos lembrados de que Jacó, exilado da casa paterna, deitou-se num lugar deserto para dormir, e em seu sonho viu uma escada que ligava o céu à terra; escada em cujo topo estava Deus.

Não somente a estes homens, mas a muitos outros, as portas do céu têm sido abertas em circunstâncias que, aos olhos do mundo, pareciam as mais desfavoráveis para aquelas revelações.

Prisioneiros e cativos; pessoas confinadas a um leito de enfermidade; peregrinos solitários e errantes; mulheres impedidas de ir à casa do Senhor por causa das exigências do lar; e muitos outros nessas condições viram as portas do céu abrirem-se diante deles.

“...Quando Deus é tudo em tudo para nós, quando vivemos, nos movemos e existimos no Seu favor, a porta se abre para nós também.” — Daily Devotional Commentary

29 de Junho

Vimos ali gigantes. (Nm 13.33.)

Sim, eles viram gigantes, mas Josué e Calebe viram a Deus! Os que duvidam dizem: "Não poderemos subir". Os que crêem dizem: "Subamos e possuamos a terra, porque certamente prevaleceremos contra ela." Os gigantes representam, para nós, as grandes dificuldades; e os gigantes estão à espreita em toda parte. Estão na família, na igreja, na vida social, e até em nosso próprio coração; ou nós os vencemos, ou eles nos devorarão, como disseram aqueles homens a respeito dos gigantes de Canaã.

Disseram os homens de fé: "Como pão os podemos devorar". Em outras palavras: vencendo-os, ficaremos mais fortes do que se não houvesse gigantes para vencer.

Portanto, se não possuirmos a fé vitoriosa, seremos devorados, consumidos pelos gigantes que há em nosso caminho. Tenhamos o mesmo espírito de fé que havia em Josué e Calebe; vejamos Deus; Ele tomará conta das dificuldades. — Selecionado

É quando nos encontramos no caminho do dever que surgem os gigantes. Quando Israel avançou, apareceram os gigantes. Quando eles voltaram para o deserto, não encontraram nenhum.

Há uma idéia muito comum de que o poder de Deus na vida humana deve erguê-la acima das dificuldades e dos conflitos. O fato, porém, é que o poder de Deus sempre traz um conflito e combate. É de se pensar que em sua viagem missionária a Roma Paulo estivesse, por alguma poderosa manifestação de Deus, livre das tempestades e dos inimigos. Mas, ao contrário, sua viagem foi uma luta dura e longa contra as perseguições dos judeus, contra violentos temporais, contra víboras e todos os poderes da terra e do inferno, e quando foi salvo, foi salvo nadando até à ilha de Malta, segurando-se nos destroços do navio; por pouco não teve o mar por sepultura.

Era isto próprio de um Deus todo-poderoso? Sim, exatamente. E Paulo nos diz que, quando colocou o Senhor Jesus Cristo como a vida de seu corpo, veio-lhe imediatamente um grave conflito; aliás, um conflito que nunca terminou, uma pressão que foi persistente, mas da qual ele sempre saiu vitorioso pela força de Jesus Cristo.

A linguagem em que ele descreve isto é a mais eloqüente. "Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desesperados; perseguidos, mas não abandonados; derribados, mas não destruídos; levando sempre no corpo o morrer de Jesus para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo."

Que luta incessante! É impossível expressarmos em nossa língua a força das expressões do texto no original. Há ali cinco figuras seguidas. Na primeira a idéia é a de inimigos cercando-o de todos os lados; entretanto não o podiam esmagar porque os exércitos celestiais os mantinham a uma distância razoável para que ele se livrasse. A tradução literal poderia ser: "Somos apertados de todos os lados, mas não esmagados".

A segunda figura é a de alguém cujo caminho parece totalmente fechado e que, no entanto, avança; há luz suficiente para mostrar-lhe o próximo passo.

A terceira figura é a de um inimigo a persegui-lo ferozmente, mas ele não está só: o divino Defensor está ao seu lado.

A quarta figura é ainda mais vivida e dramática. O inimigo o alcançou, feriu e derrubou. Mas não foi um golpe fatal: ele é capaz de levantar-se novamente. A tradução poderia ser: "derrubado, mas não derrotado".

A quinta figura vai mais além, e agora parece ser a própria morte: "Levando sempre no corpo o morrer de Jesus". Mas a vida de Jesus vem em seu auxílio, e ele vive na vida de Cristo, até completar o seu trabalho na terra.

Sim, lugares difíceis são a própria escola da fé e do caráter. — Selecionado

30 de Junho

Houve silêncio, e ouvi uma voz. (Jó 4.16.)

Há tempos um amigo deu-me um livro para ler, intitulado Paz Verdadeira. Era uma mensagem antiga, dos tempos medievais, e continha apenas um pensamento: que Deus estava aguardando no íntimo do meu ser, para poder falar-me. Bastava que eu ficasse bastante quieto para ouvir a Sua voz.

Achei que isto seria muito fácil, e então comecei a ficar quieto. Porém, mal eu havia começado, e uma multidão de vozes atingiram meus ouvidos, mil e um sons de fora e de dentro, exigindo a minha atenção até que eu nada podia ouvir, senão a sua bulha e ruído.

Alguns eram a minha própria voz, minhas perguntas, minhas próprias orações. Outros eram sugestões do tentador e vozes vindas do tumulto do mundo.

De todos e para todos os lados eu era empurrado e puxado e saudado com ruidosas aclamações e um indescritível desassossego. Parecia-me que era necessário atender a algumas delas e responder a outras; mas Deus me disse:

"Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus." Então surgiu o conflito de pensamentos pelo dia de amanhã com seus deveres e cuidados; mas Deus disse: "Aquietai-vos".

E enquanto eu ouvia, e ia aprendendo devagar a obedecer e fechar os ouvidos a todos os sons estranhos, percebi, depois de algum tempo, que quando as outras vozes cessaram — ou eu deixei de ouvi-las — uma voz mansa e suave começou a falar bem dentro do meu ser, com ternura e poder, trazendo-me grande conforto.

Ao ouvi-la, ela se tornou para mim uma voz de oração, de sabedoria e dever. Não precisei mais esforçar-me tanto para pensar, ou para orar, ou para confiar; aquela voz mansa em meu coração era a intercessão do Espírito, a resposta de Deus para todas as minhas perguntas; era a vida e a força de Deus para minha alma e corpo. Ela tornou-se a verdadeira essência do conhecimento, a minha oração e a minha bênção: o próprio Deus vivo como minha vida e meu tudo.

É assim que o nosso espírito bebe a vida de nosso Senhor ressurreto, e seguimos para os conflitos e deveres da vida como uma flor que bebeu, na sombra da noite, as gotas frescas e transparentes de orvalho. Mas assim como o orvalho não cai em noites de tempestade, assim esses orvalhos da Sua graça não caem sobre a alma que não pára quieta. — A. B. Simpson

Deus fala comigo
No fundo do ser.
Deus fala comigo
Porque sou Seu filho,
Sou dEle nascido,
Pois creio em Jesus.

Porque sou Seu filho,
O Espírito Santo,
Por meio da Bíblia,
Me fala, me exorta,
Me anima e conforta,
No fundo do ser.