1 de Outubro
Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos. (Sl 119.71.)
É muito curioso que as plantas de mais vivas cores sejam encontradas nas mais altas montanhas, nos lugares expostos ao tempo mais rude. Os mais brilhantes líquens e musgos e as mais encantadoras florinhas encontram-se em exuberância na altura de picos vergastados pelo vento e a tempestade.
Uma das mais pródigas exibições de colorido que já contemplei no mundo vegetal encontrava-se perto do cume do monte C, de mais ou menos três mil metros de altura. Toda uma face da extensa rocha estava coberta de um líquen do mais vibrante amarelo, que resplandecia à luz do sol como se fosse a amurada de um castelo encantado.
Ali naquelas alturas, no meio de um cenário de desolação, exposto à fúria bruta das tempestades, esse líquen ostentava tons gloriosos como jamais apresentava nas regiões abrigadas do vale. Tenho diante de mim, enquanto escrevo, dois espécimes do mesmo líquen: um da montanha, outro dos muros de um castelo escocês, ensombreado entre sicômoros.
A diferença entre eles, em forma e cor, é notável. O espécime que se desenvolveu por entre as fortes tempestades da montanha é de um lindo matiz amarelo-pálido, e é macio em contextura e completo na forma; enquanto o espécime cultivado ao ar suave e às brandas chuvas do vale é de um fosco tom de ferrugem e de contextura escamosa e formato irregular. E não é assim com o crente que é afligido, açoitado pelas tempestades e desprovido de consoladores? Enquanto não é batido e rebatido pelas tempestades e vicissitudes da providência de Deus, seu caráter mostra-se como que rude e obscurecido. As aflições, porém, vão removendo a obscuridade, e aperfeiçoam as formas de sua disposição interior e dão brilho e bênção à sua vida. — Hugh Macmillan
2 de Outubro
E, tomando-os consigo, retirou-se para um lugar deserto. (Lc 9.10.)
A fim de crescer na graça precisamos estar muito a sós. Não é em grupo que a alma cresce mais vigorosamente. Muitas vezes, numa só hora quieta de oração ela faz maior progresso que em vários dias na companhia de outros. É no deserto que o orvalho é mais fresco e o ar mais puro. — Andrew Bonar
De um dia vivido entre as massas
E máquinas;
De um dia vivido entre mil atrações
E tentações;
De um dia vivido entre dores
E desilusões;
De um dia vivido em triunfo ou derrotas.
E tensões;
"Vinde a sós, descansai"; Contai tudo; e ficai; Aprendei; e voltai.
3 de Outubro
E depois do terremoto um fogo, ... e depois do fogo uma voz mansa e delicada. (1 Rs 19.12.)
Perguntaram certa vez a uma pessoa que progredia rapidamente em seu conhecimento do Senhor, qual o segredo do crescimento espiritual. Ela respondeu concisamente: "Obedecer os sinais". E a razão por que tantos de nós não temos mais conhecimento e compreensão do Senhor é que não damos atenção aos Seus delicados sinais, Seus delicados toques de frear e refrear. Sua voz é mansa e delicada. Uma voz assim é antes sentida do que ouvida. É uma pressão suave e constante sobre o coração e a mente; uma voz mansa, quieta e quase timidamente expressa no coração — mas que, se ficarmos atentos, silenciosamente, vai-se tornando cada vez mais clara aos ouvidos do entendimento.
Sua voz é dirigida ao ouvido que ama, e o amor está sempre atento ao mais leve sussurro. Há um tempo, também, em que o amor cessa de falar, se não o atendemos ou não cremos nele. Deus é amor, e se você quer conhecê-Lo e à Sua voz, dê constante atenção a Seus delicados toques. Em conversa, quando prestes a dizer uma palavra, dê atenção àquela voz mansa, atenda o sinal e refreie-se de falar.
Quando prestes a seguir em uma direção que lhe parece clara e correta, se vier quietamente ao seu espírito uma sugestão que traz em si quase a força de uma convicção, preste-lhe ouvidos, mesmo que do ponto-de-vista humano a mudança de planos pareça uma grande loucura. Aprenda, também, a esperar em Deus para saber o desenrolar da Sua vontade. Deixe que Deus forme os planos a respeito de tudo o que está no seu coração e mente e deixe também que os execute. Não possua nenhuma sabedoria própria. Muitas vezes Sua maneira de executar o plano parecerá contrária ao plano que Ele próprio deu. Poderá parecer que Ele está trabalhando contra Si mesmo. Simplesmente ouça e obedeça a Deus, e confie nEle, mesmo que isso pareça a maior tolice. Ele fará que no fim todas as coisas cooperem para o bem.
Assim, se você quer conhecer Sua voz, não pare para pensar o que poderá acontecer. Obedeça, mesmo quando lhe pedir para avançar no escuro. Ele mesmo será sua gloriosa luz. E em seu coração brotará uma afeição e comunhão com Deus poderosa em si mesma para conservá-lo junto a Ele, mesmo nas provas mais severas e sob as maiores pressões. — Way of Faith
4 de Outubro
E assim abençoou o Senhor o último estado de Jó, mais do que o primeiro. (Jó 42.12.)
Jó tomou posse de sua herança através de sofrimento. Foi provado, para que sua grandeza pudesse ser comprovada. E não será também que as minhas tribulações se destinam a aprofundar o meu caráter e revestir-me das graças de que possuía tão pouco? Eu chego à minha glória através de eclipses, lágrimas e morte. Meu fruto mais rico cresce de encontro ao muro mais áspero. As aflições de Jó deixaram-no com um conceito mais alto de Deus e mais baixo de si mesmo. "Agora", exclamou ele, "te vêem os meus olhos."
Se através de dor e da perda sinto Deus tão perto, que me curvo diante dEle e oro: "Seja feita a Tua vontade", meu proveito é enorme. Deus deu a Jó vislumbres da glória futura. Naqueles dias longos e cansativos, ele penetrou dentro do véu e pôde dizer: "Eu sei que o meu Redentor vive." De fato, o último estado de Jó foi melhor do que o primeiro. — In the Hour of Silence
"A tribulação nunca nos vem sem trazer ouro em suas mãos."
A aparente adversidade se transformará por fim em vantagem, se apenas estivermos dispostos a continuar em nossa marcha e esperarmos com paciência. Vejamos as almas dos grandes vencedores: elas sempre ficavam firmes em seu trabalho, sem medo e corajosas! Há bênçãos que não poderemos obter se não aceitarmos e agüentarmos o sofrimento. Há alegrias que só nos podem vir por meio da dor. Há revelações de verdades divinas que só podemos obter quando se apagam as luzes deste mundo. Há colheitas que só nos vêm depois que o arado fez o seu trabalho. — Selecionado
Do sofrimento têm emergido as almas mais fortes; os caracteres mais sólidos são marcados de cicatrizes; mártires têm tido por vestes de coroação, mantos em chamas; e é através de lágrimas que muitos têm começado a ver as portas do céu.
5 de Outubro
E sucedeu que... o ribeiro se secou. (1 Rs 17.7.)
O preparo da nossa fé será incompleto se não entendermos que há uma providência na perda, um ministério na falha e enfraquecimento das coisas, uma dádiva no vazio. As inseguranças materiais da vida contribuem para a sua firmeza espiritual. A tênue correnteza junto à qual Elias estava assentado e meditando, é uma figura da vida de cada um de nós. "E sucedeu que... o ribeiro se secou" — eis a história do nosso ontem e a profecia dos nossos amanhãs.
De uma forma ou de outra, teremos que aprender a diferença entre confiar no dom e confiar no Doador. O dom pode ser bom por um tempo, mas o Doador é o Amor Eterno.
Querite representava um sério problema para Elias, até que chegou a Sarepta. Então tudo ficou claro como o dia. As palavras duras de Deus nunca são Suas últimas palavras. Os ais, as perdas e as lágrimas da vida fazem parte do interlúdio, não do fim.
Se Elias tivesse sido levado diretamente a Sarepta, teria perdido uma experiência que ajudou a fazer dele um profeta mais sábio e um homem melhor. Junto a Querite ele viveu pela fé. E quando em nossa vida se secar algum ribeiro de recursos terrenos, aprendamos que a nossa esperança e socorro estão no Deus que fez o céu e a terra. — F. B. Meyer
6 de Outubro
Ele não abriu a sua boca. (Is 53.7.)
De quanta graça precisamos para receber bem um mal-entendido! Para receber em santa suavidade um mau julgamento! Nada prova tanto o caráter cristão como uma coisa má que é dita contra ele. É o teste que logo prova se somos banhados a ouro, ou se somos ouro maciço. Se apenas pudéssemos conhecer as bênçãos que estão ocultas em nossas tribulações, diríamos como Davi, quando amaldiçoado por Simei: "Deixai-o, que amaldiçoe, ... porventura ... o Senhor me pagará com bem a sua maldição deste dia."
Algumas pessoas facilmente se afastam da grandeza do trabalho de sua vida, para perseguirem seus ofensores e inimigos, e sua vida se torna um insignificante redemoinho de atividades. É como mexer num ninho de vespas. Você pode dispersá-las, mas provavelmente ficará muito picado e nada obterá em troca de suas dores, pois nem o seu mel vale a pena.
Deus nos dê mais do caráter dAquele que, "quando o injuriavam, não injuriava, mas entregava-se àquele que julga justamente". "Considerai aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo." — A. B. Simpson
7 de Outubro
Quem há entre vós que tema a Jeová, e ouça a voz do seu servo? quando andar em trevas, e não tiver luz nenhuma, confie no nome do Senhor, e firme-se sobre o seu Deus. (Is 50.10.)
Que deve fazer o crente em tempos de trevas — trevas de perplexidade e confusão, não no coração, mas na mente? Tempos de trevas podem atingir o discípulo fiel e crente, que está andando obedientemente na vontade de Deus; ocasiões em que ele não sabe o que fazer nem que rumo tomar. O céu está nublado. A clara luz do Céu não brilha sobre a sua vereda. E ele se sente como tateando no escuro.
Amado leitor, é este seu caso? Que deve fazer o crente em tempos de trevas? Escute! "Confie no nome do Senhor e firme-se sobre o seu Deus."
A primeira coisa a fazer é não fazer nada. Isto é difícil para a natureza humana. Há um provérbio americano que diz mais ou menos assim: "Se estiver cambaleando, não corra" — em outras palavras: quando não souber que rumo tomar, fique onde está.
Quando entrar numa nuvem espiritual, não procure abrir caminho;diminua a marcha da máquina de sua vida. Se necessário, ancore o seu barco ou deixe-o amarrado. O que devemos fazer é simplesmente confiar em Deus.
Enquanto confiamos, Deus pode operar. Nossa ansiedade impede que Ele faça qualquer coisa para nós. Se nossa mente está perturbada e o nosso coração angustiado; se as trevas ao redor nos aterrorizam; se corremos para cá e para lá, no vão esforço de achar algum meio de fugir àquela prova que a providência de Deus nos enviou, o Senhor não pode fazer nada para nós.
É preciso que a paz de Deus aquiete a nossa mente e faça descansar o nosso coração. Temos que pôr a mão na mão de Deus, como uma criança, e deixar que Ele nos guie para dentro do Seu amor. Aí há plena luz.
Ele conhece o caminho de saída da mata. Subamos no Seu regaço e confiemos em que Ele nos tirará da situação pelo caminho mais curto e seguro. — Dr. Pardington
Lembre-se de que nós não sabemos pilotar, mas que temos um Piloto.
8 de Outubro
Não estejais inquietos. (Fp 4.6.)
Não poucos crentes vivem em estado de constante ansiedade, e outros se inquietam e se irritam bastante. Estar perfeitamente em paz no meio do tumulto da vida diária é um segredo que vale a pena conhecer. O que adianta inquietar-se? Isso nunca tornou ninguém mais forte; nunca ajudou ninguém a fazer a vontade de Deus; nunca arranjou um meio de alguém escapar do problema.
Ansiedade estraga vidas que de outra forma seriam úteis e belas. A inquietação, a ansiedade e as preocupações são inteiramente proibidas pelo Senhor, que disse: "Não andeis ... inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos?" Ele não quer dizer que não nos preparemos, e que a nossa vida seja sem método; mas que não nos devemos inquietar sobre essas coisas.
As pessoas percebem que você vive na esfera da ansiedade, pelas marcas do seu rosto, pela tonalidade da sua voz, pela tonalidade menor da sua vida e pela falta de alegria do seu espírito. Escale o pico de uma vida abandona- da nas mãos de Deus, e então verá, lá de cima, os seus problemas. — Rev. Darlow Sargeant
Ficar inquieto e ansioso, questionando e desconfiando, sempre revela fraqueza. Ganharemos alguma coisa com isto? Não ficamos mais incapazes de agir, e não perturbamos a nossa mente, tirando-lhe a lucidez para sábias decisões? Nós nos afundamos, debatendo-nos, quando poderíamos flutuar, pela fé.
Oh, a graça de ficarmos quietos! Oh, a graça de estarmos quietos e conhecermos que Jeová é Deus! O Santo de Israel há de defender e livrar os Seus. Podemos ter certeza de que cada palavra Sua permanecerá, ainda que a terra se mude. Ele merece a nossa confiança. Venha, minha alma, volte ao seu repouso e recoste a cabeça no regaço do Senhor Jesus. — Selecionado
9 de Outubro
Por isso o Senhor esperará, para ter misericórdia de vós. (Is 30.18.)
Onde há mais chuva, a grama é mais verde. Penso que são as neblinas e névoas da Irlanda que fazem dela a "Ilha de Esmeralda"; e toda vez que encontrarmos grandes neblinas de aflição e névoas de tristeza, acharemos corações verde-esmeralda — cheios da linda verdura da consolação e amor de Deus. Ó crente, que você não seja encontrado a dizer: "Para onde se foram as andorinhas? Elas se foram de uma vez!..." Não, elas não se foram de uma vez; elas cruzaram o mar e foram para uma terra distante; mas logo voltarão. Filho de Deus, não diga que as flores morreram ou que o inverno as matou e se acabaram. Ah, não, embora o inverno as tenha coberto com o arminho de neve, elas ainda surgirão outra vez e estarão vivas, dentro em pouco. Filho de Deus, não diga que o sol se apagou, porque as nuvens o esconderam. Não; ele está lá atrás, preparando o verão para você; pois quando surgir outra vez, ele terá preparado as nuvens para caírem em chuvas de primavera, que vão ser as mães das mais belas flores. E sobretudo isto, quando Deus esconde a Sua face, não diga que Ele Se esqueceu de você. Está apenas demorando um pouco, para que você O ame mais; e quando vier, você terá alegria no Senhor e se regozijará com gozo inefável. A espera exercita as nossas graças; a espera prova a nossa fé; portanto, espere em esperança; pois embora a promessa demore, nunca chegará tarde demais. — C. H. Spurgeon
10 de Outubro
Não te indignes. (Sl 37.1.)
Para mim isto é mandamento divino, tanto quanto "Não furtarás". Procuremos o que quer dizer indignar-se. É agastar-se, irar-se, revoltar-se. Uma pessoa revoltada não só se desgasta, como também desgasta os outros. Indignar-se é estar agastado, e este salmo nos diz mais de uma vez para não nos indignarmos. É prejudicial, e Deus não quer que nos prejudiquemos.
Os médicos dizem que um acesso de ira é mais prejudicial do que uma febre, e uma disposição indignada não contribui para a saúde do corpo. O passo seguinte à indignação é a irritação, e a irritação leva à ira. Levemos este assunto a sério, e sejamos obedientes ao mandamento: "Não te indignes". —Margaret Bottome
Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração. (Mt 11.29.)
Quero aprender de Ti, Cordeiro
Manso e humilde. Toma pois o meu jugo,
Filho amado.
Terei de me curvar... Cordeiro
Manso e humilde. E te curvar não queres,
Filho amado?
Não sou capaz, Cordeiro
Manso e humilde, Minha cerviz é dura.
Eu me curvei por ti,
Meu filho amado; Comprei-te a cura.
Desejo-me curvar, Cordeiro Manso e humilde.
Vem, que eu te dobrarei, Meu filho amado.
Teu jugo eu tomo, pois, Cordeiro amado!
Eu te farei, meu filho, Manso e humilde.
Como morrendo, e eis que vivemos. (2 Co 6.9.)
No verão passado tínhamos um canteiro de margaridas, na chácara, que atravessava o jardim. Foram plantadas com atraso, mas como floresceram! Quando as do meio já estavam com sementes, dos lados havia ainda florinhas recém-abertas. Chegaram as primeiras geadas, e um dia encontrei aquela radiosa beleza completamente queimada. Exclamei: "Ah, o frio foi demasiado para elas. Pobrezinhas, pereceram"; e dei-lhes adeus.
Eu não gostava de olhar para aquele canteiro, pois ele me parecia um cemitério de flores. Mas há umas quatro semanas, um de meus jardineiros chamou a minha atenção: por toda a extensão daquele canteiro havia margaridas brotando em grande abundância. Olhei, e, para cada planta que eu julgara destruída pelo inverno, havia cinqüenta plantas novas, plantadas pelo mesmo inverno. O que haviam feito aquelas geadas e ventos impertinentes?
Tomaram minhas flores, deram-lhes um golpe mortal, derrubaram-nas ao solo, pisaram-nas com seus tacões de gelo e, terminado o trabalho, disseram: "Aí está o seu fim." Mas na primavera havia, para cada raiz, cinqüenta testemunhas para se levantarem e dizerem: "Pela morte vivemos."
E como é no domínio das flores, assim é no reino de Deus. Pela morte veio a vida eterna. Pela crucificação e o túmulo vieram o trono e o palácio do Deus eterno. Pela ruína veio a vitória.
Não tenha medo do sofrimento. Não tenha medo de ser derrubado. É através de sermos abatidos mas não destruídos, é através de sermos despedaçados e os pedaços feitos em pó, que nos tornamos homens valorosos, em que um vale por mil. Mas o homem que cede à aparência das coisas e vai com o mundo, tem um florescimento rápido, uma prosperidade momentânea, e então o seu fim, que é fim para sempre. — Beecher
12 de Outubro
E o senhor de José o tomou, e o entregou na casa do cárcere... O Senhor, porém, estava com José... e tudo o que ele fazia o Senhor prosperava. (Gn 39.20-23.)
Quando Deus nos deixa ir para a prisão por causa do Seu serviço, e vai para lá conosco, é como se a prisão fosse o lugar mais feliz do mundo para se estar. José parece ter provado isto. Ele não ficou amuado e desanimado ou rebelde porque tudo era contra ele. Não; senão o carcereiro não teria confiado nele daquela maneira. Parece que José nem chegou a ter autopiedade.
Lembremo-nos de uma coisa: se deixarmos a autopiedade se alojar em nós, será o nosso fim — até que ela seja completamente afastada de nós. José simplesmente deixou todas as coisas com Deus, em alegre confiança, e então o carcereiro deixou tudo com José. Senhor Jesus, quando as portas da prisão se fecharem sobre mim, conserva-me confiante e conserva abundante e completo o meu gozo. Prospera a Tua obra através de mim, na prisão: mesmo ali, faze-me verdadeiramente livre.
Aprendi a amar o escuro da tristeza, porque ali vejo o brilho da Sua face. — Mme. Guyon
13 de Outubro
Não estejais inquietos. (Fp 4.6.)
Nenhuma ansiedade deveria achar-se no crente. Grandes, muitas e várias podem ser as nossas provações, aflições ou dificuldades, contudo não deveria haver ansiedade em nós, em nenhuma dessas circunstâncias, porque temos um Pai no céu que é todo-poderoso; que ama a Seus filhos como ama a Seu Filho unigênito; e que tem verdadeiro gozo e prazer em socorrê-los e ajudá-los em todas as ocasiões e em qualquer circunstância.
Devemos atentar para a Palavra: "Não estejais inquietos por coisa alguma: antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplicas, com ação de graças."
"Em tudo", não meramente quando a casa está pegando fogo, não meramente quando a querida esposa e filhos estão às portas da morte, mas nas menores coisas da vida, traga tudo a Deus. As coisas pequenas, as bem pequenas, as coisas que o mundo chama de insignificantes — tudo — vivendo o dia todo em santa comunhão com nosso Pai Celestial e com nosso precioso Senhor Jesus.
E ao acordarmos durante a noite, como por um instinto espiritual, voltemo-nos novamente a Ele, falando-Lhe e levando-Lhe, nas horas insones, os nossos pequenos assuntos — as dificuldades a respeito da família, dos negócios, da profissão. Falemos com o Senhor a respeito de qualquer coisa que nos perturbe de alguma forma.
"Pela oração e pela súplica", tomando o lugar de pedintes, com fervor e perseverança, prosseguindo e esperando, esperando em Deus.
"Com ações de graças." Em todo o tempo devemos assentar um bom alicerce de ações de graças. Se tudo mais estiver ausente, isto está presente: Ele nos salvou da perdição. E também, o fato de que Ele nos deu a Sua Palavra — o Seu Filho, Sua mais preciosa dádiva — e o Espírito Santo. Portanto, temos abundantes razões para ações de graças. Tenhamos isto em mente!
"E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus." E isto é uma bênção tão grande, tão real, tão preciosa, que precisa ser conhecida experimentalmente, e só assim, pois excede o entendimento.
Oh, que o nosso coração se embeba destas coisas. E se habitualmente andarmos neste espírito, o resultado será que glorificaremos muito mais a Deus do que já fizemos até agora. — George Müller — Life of Trust
14 de Outubro
Eis, porém, que sobreveio um anjo do Senhor, e uma luz iluminou a prisão; e, tocando ele o lado de Pedro, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa. Então as cadeias caíram-lhes das mãos. (At 12.7.)
E perto da meia noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus... E de repente sobreveio um tão grande terremoto, que os alicerces do cárcere se moveram, e logo se abriram todas as portas, e foram soltas as prisões de todos. (At 16.25,26.)
Esta é a maneira de Deus atuar. Na hora mais escura da noite, Seus passos se aproximaram por sobre as ondas. Quando se aproxima a hora da execução, o anjo vem à cela de Pedro. Quando a forca de Mordecai está pronta, a insônia do rei o leva a uma reação em favor da raça escolhida.
Ah, alma, pode ser que você chegue às margens do pior, antes de ser libertada; mas o livramento virá! Deus pode deixá-la esperando, mas Ele não Se esquece do Seu concerto, e aparecerá para cumprir a Sua Palavra. — F. B. Meyer
Há uma grande simplicidade na maneira como Deus executa Seus planos, contudo, dentro dessa simplicidade estão Seus recursos, que são mais do que suficientes para suprir qualquer necessidade; está a sua fidelidade inabalável para com o filho confiante; está o Seu propósito firme, do qual jamais Se esquece. Através de um companheiro de prisão e depois de um sonho, Ele tira José da prisão e o leva ao posto de primeiro ministro. E o tempo passado na prisão livra o futuro ministro de se vangloriar. É seguro confiar no método de Deus e seguir pelo Seu relógio. — S. D. Gordon
Quando o caso é mesmo desesperador, a providência de Deus tem mil chaves para abrir mil portas para o livramento dos Seus. Sejamos fiéis e cuidemos da nossa parte, que é sofrer por Ele; ponhamos sobre Cristo a Sua parte e a deixemos lá. — George McDonald
A dificuldade é a própria atmosfera do milagre — é o milagre em seu primeiro estágio. Para que se opere grande milagre a condição não é que o problema seja apenas difícil, mas que seja impossível. Ter a mão do filho confiante dentro da Sua, faz que seja um prazer para Deus o resolver a situação impossível.
15 de Outubro
A um coração quebrantado e contrito não desprezarás, o Deus. (Sl 51.17.)
O que Deus mais usa para a Sua glória são as pessoas e coisas bem quebradas. Os sacrifícios que Ele aceita são os corações quebrantados e contritos. Foi o quebrantamento da força natural de Jacó em Peniel que o colocou no lugar onde Deus pôde revestir de poder espiritual. Foi o quebrar da superfície da rocha em Horebe, pela vara de Moisés, que permitiu a saída das águas frescas para o povo sedento.
Foi quando os trezentos eleitos sob a liderança de Gideão quebraram os jarros, tipo do quebrantamento de seus próprios corações, que a luz escondida resplandeceu, para confusão dos adversários. Foi quando a viúva pobre partiu o selo do pequeno pote de óleo e o derramou, que Deus o multiplicou para pagar suas dívidas e suprir-lhe o sustento.
Foi quando Ester arriscou a vida e rompeu com a etiqueta da corte pagã, que obteve favor do rei para livrar da morte o seu povo. Foi quando Jesus tomou os cinco pães e os partiu, que o pão se multiplicou, no próprio ato do partir, e foi suficiente para alimentar os cinco mil. Foi quando Maria quebrou o belo vaso de alabastro, tornando-o daí por diante inútil, que o perfume encheu a casa. Foi quando Jesus deixou que Seu corpo fosse partido e rasgado pelos espinhos, pregos e lança, que Sua vida interior foi derramada como um rio cristalino, do qual os pecadores sedentos podem beber e viver.
É quando o lindo grão de trigo se rompe na terra, pela morte, que sua vida interior brota e produz centenas de outros grãos. E assim por diante — através de toda a história, e toda biografia, e toda vegetação, e toda a vida espiritual — Deus precisa de COISAS QUEBRADAS.
Os que estão quebrados na riqueza, quebrados na vontade, quebrados nas ambições e em seus belos ideais, quebrados na reputação perante o mundo, quebrados nas afeições, e muitas vezes quebrados na saúde, os que estão desprezados parecem muitas vezes esquecidos e abandonados, a esses o Espírito Santo está tomando e usando para a glória de Deus. — Thomas Toke Bunch
16 de Outubro
Deixemos todo embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta. (Hb 12.1.)
Há embaraços que, em si mesmos, não são pecado, mas que se tornam distrações e pedras de tropeço em nosso crescimento espiritual. Um dos piores é o desânimo. Um coração pesado é de fato um embaraço que certamente nos fará descer em nossa santidade e utilidade.
O processo que resultou em Israel não poder entrar na terra da promessa começou com a murmuração. Apenas um leve desejo de se queixarem e estarem descontentes. Isto foi adiante até florescer e frutificar em rebelião e ruína. Não condescendamos jamais em duvidar de Deus ou de Seu amor e fidelidade para conosco em tudo e para sempre.
Nós podemos tomar posição contra a dúvida, assim como contra qualquer pecado. E enquanto ali estamos, recusando duvidar, o Espírito Santo virá ao nosso auxílio e nos dará a fé que vem de Deus e nos coroará de vitória.
É muito fácil cair no hábito de duvidar, de ficar inquieto imaginando que Deus nos esqueceu e que afinal nossas esperanças terminarão em fracasso.
Recusemos o desânimo. Recusemos ficar infelizes e acabrunhados. Contemos tudo como gozo, mesmo quando não estivermos sentindo emoções de felicidade. Alegremo-nos por fé, resolutos, reconhecendo os fatos da Palavra; e sem dúvida descobriremos que Deus porá em operação esses fatos. — Selecionado.
O inimigo tem duas ciladas. Uma é fazer-nos desanimar, então, pelo menos por algum tempo, não seremos de utilidade para os outros, e assim estaremos derrotados. A outra é fazer-nos duvidar, quebrando assim o elo da fé, que nos liga ao Pai. Atenção! Não caia em nenhuma delas. — G. E. M.
Alegria! Eu gosto de cultivar o espírito de Alegria! Ela recoloca a alma no tom certo, e conserva-a afinada, de modo que o inimigo se intimida ao tocá-la; pois as cordas da alma ficam aquecidas demais ou cheias demais de eletricidade celeste, para os dedos infernais. E ele vai para outro lugar! Ele sempre se intimida em vir me atacar quando meu coração está cheio de alegria e gozo do Espírito Santo.
Meu plano é tocar para longe o espírito de tristeza, como a Satanás. Ah, mas nem sempre tenho êxito. Às vezes, no caminho do serviço, a tristeza vem ao meu encontro como o próprio inimigo, e me olha tão de frente que a minha pobre alma muda de cor!
A tristeza descora tudo; deixa os objetos sem encanto; envolve em trevas as perspectivas futuras; tira as aspirações da alma, acorrenta os seus poderes e produz uma paralisia mental.
Um crente idoso comentou certa vez que o ânimo na vida de fé faz com que todos os serviços se desenrolem com prazer; e que nunca somos levados avante tão depressa no caminho do dever, como quando transportados nas asas do contentamento. E acrescenta que a melancolia amarra essas asas; ou, para mudarmos a figura, que a tristeza tira as rodas do nosso carro que segue na trilha do dever, e faz com que ele ande pesadamente, como os carros dos egípcios, que se afundaram no mar Vermelho.
17 de Outubro
Longe de mim esteja gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo. (Gl 6.14.)
Eles estavam vivendo para si mesmos; o eu, com suas esperanças, promessas e sonhos, ainda os tinha em suas mãos; mas o Senhor começou a responder a suas orações. Tinham pedido um coração contrito e tinham-se entregado a Deus para que tal coração lhes fosse dado, a qualquer preço; e Ele lhes mandou tristeza; tinham pedido para ser mansos, e lhes partiu o coração; tinham pedido para morrerem para o mundo, e Ele destruiu suas vivas esperanças; tinham pedido para serem feitos semelhantes a Ele, e os colocou na fornalha, sentando-Se junto deles "como refinador e purificador de prata", até que pudessem refletir a Sua imagem; tinham pedido para tomar a Sua cruz, e quando a estendeu a eles, ela lhes dilacerou as mãos.
Eles estavam pedindo sem saber o que pediam, mas Ele os pegou na palavra e lhes concedeu todas as suas petições. Estavam longe de pensar em segui-Lo até tão longe, ou de chegar tão perto dEle. Veio sobre eles um temor, como a Jacó em Betel ou a Elifaz na noite das suas visões, ou aos apóstolos quando pensaram ver um fantasma e não sabiam que era Jesus. Sentiam-se quase como a pedir-Lhe que afastasse deles Sua presença solene.
Achavam mais fácil levar a cruz do que ficar suspensos sobre ela. Mas não podiam voltar atrás, pois tinham chegado perto demais da cruz invisível, e suas virtudes os haviam atingido profundamente. Ele está cumprindo para com eles a promessa: "E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo" (Jo 12.32).
E agora chegou a vez de eles serem atraídos. Antes, tinham apenas ouvido falar do mistério, mas agora o sentem. Ele fixou neles Seu olhar de amor, como fez a Maria e a Pedro, e eles não têm outra escolha a não ser segui-Lo!
Pouco a pouco, de tempos em tempos; por leves lampejos, o mistério de Sua cruz brilha sobre eles. Eles O contemplam exaltado, contemplam a glória que resplandece das feridas de Sua santa paixão; e à medida que olham, avançam e são transformados na Sua imagem, e Seu Nome brilha através de suas vidas, pois Ele habita neles.
Eles vivem a sós com Ele lá em cima, em inefável comunhão; prontos a não ter o que outros têm (e que eles poderiam ter tido), e a ser diferentes de todos, para que sejam só como Ele.
Assim, eles são, em todas as épocas, os que "seguem o Cordeiro por onde quer que vai".
Tivessem eles escolhido por si mesmos ou seus amigos por eles, e teriam escolhido de outra forma. Teriam sido mais ilustres aqui. mas menos gloriosos no Reino de Deus. Teriam tido a porção de Ló, não a de Abraão. Se tivessem hesitado em alguma parte — se Deus tivesse retirado de sobre eles a mão deixando-os voltar atrás — o que não teriam perdido? Que detrimentos não haveria na ressurreição?
Mas Ele os conservou em pé, a despeito de si mesmos. Muitas vezes os seus pés bem que teriam escorregado. Na Sua misericórdia, Ele os conservou de pé. Agora, mesmo nesta vida, eles sabem que tudo o que Ele fez foi sempre bem feito. Foi bom sofrer aqui, para poderem reinar ali; suportar a cruz aqui em baixo, para usarem a coroa lá em cima; e para que neles e a respeito deles fosse feita não a sua própria vontade, mas a vontade dEle. — Anônimo
18 de Outubro
Sabe, com certeza, que a tua posteridade será peregrina em terra alheia, ... e será afligida por quatrocentos anos. ... e depois sairão com grandes riquezas. (Gn 15.13,14.)
Demora e sofrimento são parte certa da bênção que Deus nos prometeu. Uma demora durante a vida de Abraão que parecia tornar impossível o cumprimento da promessa de Deus, foi seguida por uma demora aparentemente insuportável aos descendentes dele. Mas foi apenas uma demora: eles saíram "com grandes riquezas". A promessa foi cumprida.
Deus vai me provar por meio de demoras; e com as demoras vem o sofrimento, mas no meio de tudo permanece a promessa de Deus: sua nova aliança comigo em Cristo e Sua inviolável promessa de toda bênção que eu necessitar — por menor que seja. A demora e o sofrimento são parte da bênção prometida. Louvemos o Seu nome por ambos, hoje; esperemos no Senhor com bom ânimo, e Ele fortalecerá o nosso coração. — C. G. Trumbull
Orando, e clamando, e esperando
Estou; entra mês e sai mês...
Não vejo resposta ou vislumbre...
Não sei Seus porquês...
Só sei que a promessa é segura
De que Ele responde à oração!
Ó Pai, a demora me prova.
Sustenta-me a mão!
19 de Outubro
A arca da aliança do Senhor ia adiante deles. (Nm 10.33.)
Deus nos dá impressões no coração, mas isto não quer dizer que devamos agir mediante impressões. Se a impressão for divina, Ele mesmo dará evidências suficientes para confirmá-la, para que não haja sombra de dúvida.
Como é bonita a história de Jeremias quanto à impressão que lhe veio para comprar o campo de Anatote. Mas Jeremias não seguiu a impressão, senão no dia seguinte, quando o filho de seu tio veio a ele e lhe trouxe a evidência externa, com uma proposta de venda. Então Jeremias disse: "Entendi que era a palavra do Senhor."
Esperou até que Deus confirmasse a impressão com uma providência, e então agiu na plena visão dos fatos concretos, que podiam trazer convicção tanto a ele como aos outros. Deus quer que ajamos de acordo com a Sua mente. Não devemos ignorar a voz pessoal do Pastor, mas como Paulo e seus companheiros em Troas, devemos ouvir todas as vozes que falam e "juntar" de todas as circunstâncias, como fizeram eles, a plena mente do Senhor. — Dr. Simpson
"Aonde o dedo de Deus aponta, nessa direção a Sua mão abre o caminho."
Não diga no seu coração o que você quer ou não quer, mas espere em Deus até que Ele lhe revele Seu caminho. Enquanto esse caminho estiver oculto, está claro que não há necessidade de agir, e Ele Se responsabilizará por todas as conseqüências de conservá-lo onde você está. — Selecionado
E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus. (Fp 4.7.)
Há o que se chama "travesseiro marinho". Bem abaixo da superfície marítima, que é agitada pelas tempestades e movida pelos ventos, há uma parte do mar que nunca se agita. Quando se draga o fundo do mar, os restos de animais e vegetais trazidos à superfície contêm evidências de não terem sofrido a mínima agitação por centenas e milhares de anos. A paz de Deus é aquela eterna calma que, à semelhança do travesseiro marinho, é profunda demais para ser atingida por qualquer perturbação; e aquele que entra na presença de Deus torna-se participante daquela calma imperturbável. — Dr. A. T. Pierson
"Aquele que habita No esconderijo do Altíssimo À sombra do Onipotente Descansará."
O esconderijo é para os fracos
— Os que precisam se esconder!
— É para mim! E É só querer!...
21 de Outubro
Porque sabemos que se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. (2 Co 5.1.)
O proprietário da casa em que moro há vários anos comunicou-me que me dará pouco ou nada mais para reparos. Estou avisado de que devo estar preparado para mudar.
A princípio a notícia não me agradou muito. Os arredores aqui são, em muitos aspectos, bastante aprazíveis, e não fosse pelos sinais evidentes de envelhecimento, eu consideraria a casa bem boa. Mas mesmo um vento leve a faz estremecer, e seus vigamentos não são suficientes para fazê-la segura. Assim, estou me preparando para mudar.
É curioso como o interesse da gente se transfere facilmente para a casa em vista. Tenho estado consultando mapas do novo local e lendo descrições sobre seus moradores. Alguém que visitou o lugar e voltou fez-me saber que é indescritivelmente lindo. As palavras faltam para expressar tudo o que ele ouviu ali. Ele disse que, a fim de fazer um investimento ali, dispôs-se a sofrer a perda de todas as coisas que possuía aqui, e até mesmo se alegra no que os outros chamam de sacrifício. Outro, cujo amor por mim foi provado pelo maior teste possível, está lá agora. Ele me mandou vários cachos das mais deliciosas frutas de lá. Depois de prová-las, todo alimento daqui parece insípido.
Por duas ou três vezes estive na beira do rio que faz a fronteira com aquele território, e já desejei ver-me entre o grupo dos que estavam cantando louvores ao Rei, do outro lado. Muitos de meus amigos já se mudaram para lá. Antes de ir, falaram sobre a minha ida. Tenho visto o sorriso de seus lábios ao passarem para lá. Muitas vezes pessoas têm-me pedido para fazer algum novo investimento aqui, mas minha resposta é sempre: "Não, estou-me preparando para mudar." — Selecionado
As palavras freqüentes nos lábios de Jesus nos Seus últimos dias expressam vividamente a idéia: "Ir para o Pai". Nós também, que somos o povo de Cristo, temos a visão de alguma coisa, longe das dificuldades e desilusões desta vida. Estamos viajando em direção a uma vida plena, completa, alargada. Nós também estamos "indo para o Pai". Muita coisa não nos é muito clara sobre a nossa pátria, mas duas coisas estão bem claras. É um lar, é a "casa do Pai"; e é a presença do Senhor. Nós somos todos peregrinos — o crente sabe e aceita estas coisas. Ele é um peregrino, não um morador perpétuo daqui. — R. C. Gillie
"Os meus tempos estão nas tuas mãos."
22 de Outubro
E apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em Midiã; e levou o rebanho atrás do deserto, e veio ao monte de Deus, a Horebe. E apareceu-lhe o anjo do Senhor em uma chama de fogo do meio duma sarça. (Êx 3.1,2.)
A visão veio no meio do trabalho comum de todo dia, e é aí que o Senhor tem prazer em nos dar as Suas revelações. Ele busca um homem que esteja no caminho diário, e o fogo divino salta a seus pés. A escada mística pode subir do mercado, para o Céu. Pode ligar a esfera do corriqueiro às esferas da graça.
Deus, meu Pai, ajuda-me a esperar por Ti na estrada da minha vida diária. Não Te peço acontecimentos sensacionais. Comunga comigo através do dever e trabalho comum. Sê o meu Companheiro, quando retomo a jornada diária. Que a vida comum de cada dia seja transfigurada pela Tua presença.
Alguns crentes acham que precisam estar sempre galgando montes de extraordinário gozo e revelação; este não é o método de Deus. Aquelas visitas espirituais às alturas e aquele maravilhoso encontro com o mundo invisível não estão nas promessas, mas a vida diária de comunhão está. E isso basta. Nós teremos revelações extraordinárias, se isso for bom para nós.
Só a três dos discípulos foi permitido ver a transfiguração, e aqueles três entraram na sombra do Getsêmani. Ninguém pode ficar no monte do privilégio. Há deveres no vale. Cristo encontrou Sua missão, não na glória, mas no vale, e ali foi verdadeira e integralmente o Messias. O valor da visão e da glória está simplesmente no seu dom de capacitar-nos para o trabalho e a perseverança. — Selecionado
23 de Outubro
Nem uma só palavra caiu de todas as suas boas palavras. (1 Rs 8.56.)
Um dia entenderemos que Deus tem uma razão em cada NÃO que Ele fala através do lento movimento da vida. "De alguma forma, Ele nos dá alguma coisa no lugar desse NÃO." Quantas vezes, quando Seu povo está-se inquietando, perplexo, a respeito da falta de resposta a suas orações, Deus lhes está respondendo de forma bem mais rica! Podemos ter vislumbres disto ocasionalmente, mas a revelação completa pertence ao futuro.
Como precisamos da fé que não se apressa, mas que espera pacientemente pelo Senhor, espera a explicação de tudo, a qual virá no fim, na revelação de Jesus Cristo! Quando é que Deus já tomou alguma coisa de alguém, sem lhe dar em troca muito mais? Mas, e se o que Ele dá em troca não se manifestar imediatamente?... Bem, será que o hoje é o limite do tempo de Deus? Não tem Ele províncias além deste pequeno mundo? A porta do túmulo não se abre para nada, a não ser infinitas trevas e silêncio?
Contudo, mesmo limitando o julgamento ao tempo desta vida, podemos saber que Deus nunca envia uma prova a um coração, sem intentar trazer sobre ele um dom maior, alguma bênção mais preciosa. Aquele que sabe esperar, já chegou a um alto grau de graça cristã. — Selecionado
24 de Outubro
Eis que farei de ti um trilho cortante e novo. (Is 41.15.)
Uma barra de aço no valor de cinco dólares, quando transformada em ferraduras passa a valer duas vezes mais. Se transformada em agulhas, passa a valer setenta vezes mais; se em lâminas de canivetes, seis mil vezes mais; se em molas de relógios, cinqüenta mil vezes mais. Por que processos a pobre barra tem que passar para ficar valendo isto! Mas quanto mais ela é manipulada, e golpeada, e introduzida no fogo, e batida, e prensada, e polida, maior o seu valor.
Possa esta parábola ajudar-nos a ficar quietos, em silêncio e pacientes. Os que sofrem mais são capazes de submeter-se mais; e é através de dor que Deus está conseguindo mais de nós para a Sua glória e a bênção de outros. — Selecionado
A vida é muito misteriosa. Aliás, ela seria inexplicável se não crêssemos que Deus nos está preparando para cenas e ministérios que estão além do véu dos sentidos, no mundo eterno, onde, para serviço especial, são necessários espíritos bem temperados.
"O torno que tem as lâminas mais afiadas produz o melhor trabalho."
25 de Outubro
Até agora nada pedistes em meu nome; pedi e recebereis para que o vosso gozo se cumpra. (Jo 16.24.)
Durante a Guerra Civil dos Estados Unidos, certo homem tinha um único filho, que se alistou nas forças da União. O pai era banqueiro, e embora consentisse na ida do filho, parecia que sua partida ia rasgar-lhe o coração.
Passou a ter grande interesse em soldados jovens, e toda vez que via um uniforme, seu coração se derramava como se fosse o próprio filho. Gastava tempo e dinheiro no cuidado de soldados que regressavam inválidos, negligenciando, mesmo, horas de serviço. Seus amigos argumentaram com ele, dizendo que não tinha direito de negligenciar o serviço e ocupar tanto o pensamento com os soldados. Então ele resolveu abandonar tal atividade.
Depois que havia tomado essa decisão, chegou certo dia ao seu banco um soldado trajando uniforme desbotado e trazendo no rosto e nas mãos marcas de hospital.
O pobre rapaz estava procurando nos bolsos alguma coisa, quando o banqueiro o viu e, percebendo seu propósito, disse-lhe:
"Meu caro rapaz, não posso fazer nada por você hoje. Estou extremamente ocupado. Terá que voltar para o quartel. Os oficiais tomarão conta do seu caso!”
Mas o pobre convalescente continuou ali, parecendo não entender bem o que lhe era dito. Continuou remexendo os bolsos; daí a pouco puxou de um deles um pedaço de papel encardido com algumas linhas escritas a lápis, e o colocou diante do banqueiro. Ali estavam as palavras: "Papai, este é um dos meus colegas, ferido no último combate, e que esteve no hospital. Por favor, receba-o como se ele fosse eu. — Carlos."
Num momento, todas as resoluções de indiferença caíram por terra. Levou o rapaz para a sua mansão, colocou-o no quarto do filho, deu-lhe o lugar do filho à mesa e o conservou em casa até que o alimento, o repouso e o carinho lhe restituíssem a saúde; depois então enviou-o de volta a arriscar a vida pela bandeira. — Selecionado
...que os amaste a eles, assim como me amaste a mim. (Jo 17.23.)
26 de Outubro
Subiu ao monte para orar à parte. E, chegando já a tarde, estava ali só. (Mt 14.23.)
O homem Jesus Cristo sentiu a necessidade de estar completamente só — a sós, a sós consigo mesmo. Nós sabemos quanto o estar com os homens nos distrai e exaure nossas forças.
O homem Jesus Cristo sabia disto, também, e sentia a necessidade de estar renovadamente a sós, de reunir os Seus poderes, de considerar plenamente o Seu elevado destino, Sua humanidade com Suas limitações, Sua inteira dependência do Pai.
Quanto mais precisa disto cada filho de Deus! De estar a sós com as realidades espirituais, a sós com Deus, o Pai. Se já houve alguém que poderia dispensar os momentos dessa comunhão a sós, esse alguém era Jesus. No entanto Ele não podia fazer a Sua obra ou conservar em pleno poder a Sua comunhão, sem o Seu momento a sós.
Prouvera a Deus que cada servo Seu entendesse e praticasse esta bendita arte, e que a Igreja soubesse como preparar seus filhos para este alto e santo privilégio: que cada crente pode e deve ter o seu momento em que está realmente a sós com Deus. Que maravilha pensar que tenho o Senhor Deus inteiramente a sós comigo e saber que Deus me tem inteiramente a sós com Ele! — Andrew Murray
Certo escritor, em um de seus livros, fala de um lugar retirado, em seu jardim, em que sua mãe sempre passava determinada hora do dia, a qual ninguém jamais sonhava interromper um só momento. Era para ela o santo jardim do Senhor. Pobres almas as que não têm esses jardins! Busque o seu aposento secreto, é Jesus que o diz.
MEDITAÇÃO
Minha alma, pratique o estar a sós com Cristo! Está escrito que tudo ele declarava em particular aos seus discípulos. Não se maravilhe disto, minha alma, é verdade na sua própria experiência. Se você quer entender a si mesma, mande embora a multidão. Deixe que se vão um a um, até que você seja deixada a sós com Jesus... Você já se imaginou como a única criatura restante na terra, a única restante em todo o universo?
Nesse universo, o seu único pensamento seria: "Deus e eu! Deus e eu!" E contudo, Ele está tão perto de você como se você fosse o único ser — tão perto como se no espaço ilimitado nenhum outro coração pulsasse senão o dEle e o seu. Ó minha alma, pratique o estar a sós! Pratique o afastar-se da multidão! Pratique a quietude do seu próprio coração! Pratique o solene estribilho: "Deus e eu! Deus e eu!" Não deixe que nada se interponha entre você e Aquele que luta com você como lutou com Jacó! Você será repreendida, sim, mas perdoada também, quando se encontrar a sós com Jesus! — George Matheson
27 de Outubro
Todas as tuas ondas e vagas passaram sobre mim. (Sl 42.7.)
Esteja de pé no lugar onde o amado Senhor o colocou, e ali faça o melhor que puder. Deus nos prova. Ele põe a vida diante de nós, face a face, como uma antagonista. Espera-se que ao sair da arena de um sério conflito estejamos mais fortes. A árvore que cresce onde as tempestades lhe açoitam os ramos e curvam o tronco até quase dobrar-se, tem geralmente raízes mais seguras do que a árvore que cresce no vale retirado, onde nunca há pressão e tensão de temporais. O mesmo se prova em nossa vida. É nas dificuldades que cresce o caráter mais firme. — Selecionado
Mão amada, Mão ferida,
Que o meu bem, somente, quis!
Se me fere a Mão ferida,
Dói-lhe a própria cicatriz!
Se me fere a Mão ferida,
O meu bem, somente, quer.
Eu Te adoro, Mão ferida,
Faze como Te aprouver!
28 de Outubro
Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo... e nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus. (Ef 2.4-6.)
Este é o nosso lugar — assentados nos lugares celestiais em Cristo Jesus — e assentados quietos ali. Mas quão poucos há que fazem disto sua experiência real! De fato, quão poucos sequer pensam que lhes seja possível assentarem-se quietos nesses "lugares celestiais", na vida de cada dia num mundo tão agitado como o nosso.
Podemos crer, talvez, que fazer uma pequena visita a esses lugares celestiais aos domingos, ou de quando em vez em tempos de exultação espiritual, esteja dentro dos limites do possível. Mas estar "realmente" assentado ali diariamente e o dia inteiro, é outro assunto! No entanto, está bem claro que é algo tanto para domingos como para os dias de semana.
Um espírito quieto é de extraordinário valor na execução das várias atividades; e nada atrapalha tanto a operação das forças escondidas, das quais, afinal, depende o nosso sucesso, como um espírito de agitação e ansiedade.
Há imenso poder na quietude.
Disse certa vez um grande santo: 'Todas as coisas vêm à mão daquele que sabe confiar e estar quieto." Essas palavras estão carregadas de significado. O conhecimento deste fato mudará enormemente o nosso modo de trabalhar. Em vez de agitação e luta, nós estaremos sentados, interiormente, diante do Senhor, e deixaremos as forças divinas do Seu Espírito operarem em silêncio os fins a que aspiramos.
Você poderá não ver ou sentir as operações desta força silenciosa, mas fique certo de que ela está sempre operando silenciosamente, e trabalhará em seu favor. Basta que o seu espírito esteja suficientemente quieto para ser carregado pelas correntezas do Seu poder. —Hannah Whitall Smith
Você precisa aprender a estar calmo e seguro em Deus em todas as situações.
29 de Outubro
Assentar-se-a como derretedor e purificador de prata. (Ml 3.3.)
Nosso Pai, que procura aperfeiçoar em santidade os Seus santos, sabe quanto vale o fogo do refinador. É com os metais mais preciosos que o avaliador de metais gasta mais tempo. Ele os submete ao fogo forte porque esse fogo derrete o metal, e é só a massa derretida que solta os metais inferiores que estejam na liga; e também toma perfeitamente a nova forma no molde. O refinador experiente nunca sai de perto do cadinho, mas senta-se ao lado dele, para que porventura um grau excessivo de calor não venha a danificar o metal. Mas logo que retira da superfície a última escória e vê ali refletido o seu próprio rosto, ele apaga o fogo. — Arthur T. Pierson
30 de Outubro
Corramos com paciência. (Hb 12.1.)
Correr com paciência é muito difícil. Correr sugere imediatamente ausência de paciência, desejo de alcançar rapidamente o alvo. Comumente associamos paciência com estar deitado. Pensamos nela como o anjo que guarda o leito do inválido. Entretanto, não penso que a paciência do inválido seja a mais difícil de obter.
Há uma paciência que eu creio ser mais difícil — a paciência capaz de correr. Deitar-se no tempo da dor, estar quieto sob o golpe da hora difícil, exige grande força; mas eu sei de uma coisa que exige uma força ainda maior: é o poder de trabalhar debaixo de um golpe; ter um grande peso sobre o coração, e ainda correr; ter uma profunda angústia no espírito, e ainda executar a tarefa diária. É uma semelhança a Cristo.
Muitos de nós seriamos capazes de nutrir uma dor sem chorar, se lhes fosse permitido nutri-la. A coisa difícil é que a maioria de nós é chamada a exercitar a paciência não na cama, mas na rua. Somos chamados a sepultar as nossas tristezas, não em plácida quietude, mas no serviço ativo — nos negócios, na oficina, na hora social, no contribuir para a alegria de outro. Nunca é tão difícil enterrar as tristezas como no meio dessas situações; é correr com paciência.
Esta foi a Tua paciência, o Filho do homem. Era, a um só tempo, um esperar e um correr — um esperar pelo alvo, e um executar do trabalho de pouca aparência, enquanto isso. Eu Te vejo em Caná, transformando a água em vinho para que a festa das bodas não se ensombreasse. Eu Te vejo no deserto alimentando a multidão, apenas para aliviar uma necessidade temporária. Todo, todo o tempo, Tu estavas levando uma grande dor, não partilhada, silenciosa. Os homens pedem um arco-íris nas nuvens; mas eu pediria mais de Ti. Eu desejaria ser, na minha nuvem, eu mesmo um arco-íris, ministrando alegria aos outros. A minha paciência será perfeita, quando for capaz de trabalhar na vinha. — George Matheson
31 de Outubro
E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos. (Rm 8.26,27.)
Este é o grande mistério da oração. Este é o delicado mecanismo divino que as palavras não podem interpretar e que a teologia não pode explicar, mas que o humilde crente conhece, mesmo sem entender. Ah! os pesos de oração que gostamos carregar, mesmo sem os entender! Quantas vezes o nosso coração se derrama sem mesmo articular palavras, com uma intensidade que nem podemos compreender! E contudo, sabemos que isto é um eco do trono e um segredar do coração de Deus. É muitas vezes antes um gemido do que um cântico, um peso, mais que um vôo. Mas é um peso bendito, e um gemido cujos meios-tons encerram louvor e um gozo inexprimível.
É um gemido inexprimível, como diz o texto. Nós mesmos não o podemos expressar sempre, e às vezes não podemos senão entender que é Deus que está orando em nós por algo que precisa do Seu toque, e que Ele entende.
E assim podemos simplesmente derramar tudo o que está no nosso coração, o peso que oprime nosso espírito, a tristeza que nos esmaga, sabendo que Ele ouve, Ele ama, Ele entende, Ele recebe; e Ele separa da nossa oração tudo o que é imperfeito, ignorante e errado, e apresenta o restante como o incenso do grande Sumo Sacerdote, diante do trono, nas alturas; e a nossa oração é ouvida, aceita e respondida em Seu nome. — A. B. Simpson
Não é necessário estar sempre falando com Deus e ouvindo Sua voz, para estarmos em comunhão com Ele. Há uma comunhão inarticulada, mais doce do que palavras. A criança pequena pode sentar-se o dia inteiro ao lado da mãe atarefada e, embora poucas palavras sejam trocadas e ambas estejam ocupadas — uma com os brinquedos, e outra com o serviço — podem ambas estar em perfeita comunhão.
A pequena sabe que a mãe está ali, e sabe que está tudo bem. Assim, o santo e o Salvador podem passar horas em silenciosa comunhão de amor; mesmo ocupado com as coisas mais comuns, ele está consciente de que cada coisa pequena que faz é tocada pela cor da Sua presença e o sentimento da Sua aprovação e bênção.
Então, quando pressionados por fardos e dificuldades complicados demais para serem postos em palavras, ou misteriosos demais para serem expressos ou compreendidos, como é bom cair nos Seus braços de amor e simplesmente soluçar ali a tristeza que não podemos exprimir! — Selecionado